Com a experiência de quem recebeu uma 'chuva' de críticas após as bombásticas revelações realizadas em sua autobiografia, Andre Agassi se sente bastante capacitado para falar sobre os escândalos nos quais Tiger Woods se envolveu. E o ex-tenista, nesse contexto, acredita que o colega do golfe não mereça ser julgado.
Em pouco mais de dez dias, boa parte da reputação de um dos maiores golfistas de todos os tempos, dono de 14 Grand Slams na carreira, foi consideravelmente arranhada. Em 1º de dezembro, a crise de Woods iniciou quando ele foi multado por dirigir agressivamente e ter causado um acidente. Na ocasião, especulou-se que o motivo da batida teria sido uma briga que ele e a esposa, modelo Elin Nordegren, vinham travando dentro do carro. Desde então, a tese ganhou força, sendo que a imprensa norte-americana informou que o astro estaria sempre em contato com uma rede de ao menos dez amantes.
Diante dessas polêmicas, Agassi enxerga semelhanças com sua própria vida, muito balançada depois que, em outubro, confidenciou ter utilizado metanfetaminas em 1997 e mentido à ATP para escapar de uma punição por doping.
"Eu entendo a curiosidade, sou curioso como qualquer pessoa, mas não entendo o ato de julgar", opinou o marido de Steffi Graf, falando sobre o caso Woods à rede britânica BBC. "Ele é uma pessoa fascinante, veja tudo o que já conseguiu. Tudo vem à tona de uma forma e em uma hora - julgar realmente me parece irresponsável".
Comentando novamente a grande repercussão de seu livro, Agassi confidenciou a "vergonha" quando recebeu da ATP a notícia de que havia sido flagrado em um exame antidoping. Sua reação imediata, nesse contexto, foi enviar uma carta à entidade negando o uso de metanfetaminas, já que uma punição, naquela época, quando ele vivia uma fase ruim aos 27 anos de idade, poderia dar um fim precoce à carreira.
"Eu não sabia o que fazer, estava tão envergonhado e tinha de declarar minha inocência ou admitir a culpa. Vieram as mentiras, e naquele ponto disse a mim mesmo: 'Não vou fazer isso de novo, não vou mais mentir'. Eu era o 141 do mundo e uma suspensão ali teria mudado minha vida com certeza", ponderou o norte-americano que já havia clamado por "compaixão" em uma entrevista anterior à emissora CBS. "Talvez esta pessoa não mereça condenação e sim estivesse precisando de ajuda", afirmara, buscando se defender dos inúmeros ataques pessoais.