Depois de dois anos e meio, Marcelo Melo e André Sá decidiram encerrar a parceria no final desta temporada. No entanto, ambos podem voltar a jogar juntos antes do que imaginam. Capitão do Brasil na Copa Davis, Francisco Costa admite manter a dupla para defender o País na competição.
"Só os resultados vão dizer. Depois de três ou quatro meses de torneio, a gente poderá ter uma idéia definida e decidir se a dupla vai mudar ou não", explicou o técnico. Em 2010, o Brasil estreia na Davis contra o vencedor do confronto entre Uruguai e República Dominicana, que jogam entre 5 e 7 de maio. Com uma vitória, a equipe nacional ganha nova oportunidade de voltar ao Grupo Mundial através da repescagem.
Juntos, Marcelo Melo e André Sá conquistaram cinco títulos da ATP e três vice-campeonatos, além de terem alcançado a semifinal de Wimbledon em 2007. Na Copa Davis, os duplistas mineiros têm três vitórias (duas contra a Colômbia e uma contra a Croácia) e uma derrota (contra o Equador).
Na próxima temporada, em uma decisão consensual, Marcelo Melo jogará com o compatriota Bruno Soares e André Sá, com o romeno Horia Tecau. Para definir sua equipe, Chico Costa espera pelos primeiros compromissos das novas duplas.
"O Marcelo e o Bruno vão ter que ter grandes resultados para a gente pensar em uma mudança. Tem que esperar, ver como André estará com o parceiro novo", explicou o capitão do time brasileiro, que já enfrentou os três jogadores em sua carreira dentro das quadras.
No tropeço diante do Equador que manteve o Brasil fora do Grupo Mundial da Copa Davis há três meses, em Porto Alegre, Marcelo Melo e André Sá perderam de forma inesperada para os irmãos Giovanni e Nicolás Lapentti, decepção que não foi suficiente para comprometer o status da dupla. "Não existe insatisfação quanto à participação deles, que foi muito positiva", disse Costa.
Sá, por sua vez, avisa que aceitaria uma convocação para reeditar a parceria com Melo na Copa Davis. "Se por um acaso for chamado para jogar com ele, vou sem problema. O capitão sabe que tivemos bons resultados no torneio, já jogamos juntos e temos entrosamento", afirmou.
Para o tenista, as novas parcerias aumentam as alternativas de Chico Costa na formação da equipe nacional. "Ele continua tendo a opção de chamar eu e o Marcelo e também pode convocar o Bruno. Vai ter duas opções em vez de somente uma", explicou.
Bruno Soares fez apenas dois jogos na Copa Davis. Nas quartas de final do Zonal Americano de 2005 contra a Colômbia, ele venceu Sergio Ramirez em simples e, curiosamente, atuou ao lado de André Sá nas duplas para bater Michael Quintero e Pablo González.
Soares, 27 anos e 22º no ranking de duplas da ATP, jogava ao lado do zimbabuense Kevin Ullyet, 37 anos, que decidiu se aposentar no final desta temporada. Ao comentar as alterações, Chico Costa lembrou que a fase de cada tenista na carreira é diferente, já que Marcelo Melo (36º do mundo) tem 26 anos e André Sá (44º da lista), 32 anos.
"O Sá está no fim de carreira, quer jogar mais dois ou três anos em alto nível, e isso pode acontecer. O Marcelo e o Bruno não atingiram o auge e juntos devem ter mais chances do que pegando parceiros veteranos. Confio plenamente na decisão deles e espero que a mudança seja boa para os três", encerrou o capitão.