São mais cinco dias como técnico do Inter. São horas decisivas, que podem quebrar um jejum de 30 anos sem a conquista do Campeonato Brasileiro. Esta é a configuração da última semana de Mário Sérgio como treinador colorado. Assim que a partida diante do Santo André terminar, ele estará de férias por tempo indeterminado, independentemente da posição final do clube na competição.
Mário Sérgio assumiu o time nove pontos atrás do líder da competição, na época o Palmeiras. Em pouco tempo, ele brigou com quase todo mundo, mas o mais importante, manteve o Inter na briga pelo título. Chega à última rodada a dois pontos do líder Flamengo. Mesmo assim, o comandante colorado transparece que somente o título irá lhe satisfazer por inteiro.
"O torcedor tem que estar satisfeito por ter condições de disputar a Libertadores. Quando cheguei aqui, o time estava num momento ruim, mas eu quero mais que a Libertadores", revelou. "Minha responsabilidade é menor, pois não participei do projeto. Se perdemos será uma frustração para mim. O torcedor deve sentir mais do que eu", completou.
Para não deixar Mário frustrado, o Inter não depende apenas de si. Não basta vencer o Santo André, é necessário o rival Grêmio, pelo menos, empatar com o Flamengo. Sobre o fato do Tricolor possivelmente utilizar reservas no Rio de Janeiro, o treinador foi seco e direto. "Vou falar do Inter. O Grêmio é problema do técnico do Grêmio".
Novamente, ele demonstrou repúdio pela forma com que o campeonato está sendo decidido. As conversas sobre a mala branca não são do seu agrado. "Concordo com qualquer fórmula. Mas gosto da que não dê abertura para o ilícito. Tem que ser decidido no campo", comentou. Porém, ele se mostrou mais favorável a torneios de mata-mata. "A Copa do Brasil da igualdade para todos. Deixa os 'pobres' em igualdade. Não privilegia o poder econômico. Os pontos corridos propiciam a quem tem mais dinheiro, um elenco mais forte. A disputa fica desigual", opinou o treinador, vice-campeão da Copa do Brasil com o Figueirense.