Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Com sucesso, Bruno prevê que comparações com Ayrton 'morrerão'

Desde que decidiu enveredar realmente pelo automobilismo, em 2004, Bruno Senna calcula já ter concedido cerca de 5.000 entrevistas. Em 99% delas, ele se viu obrigado a mencionar o nome Ayrton, em uma eterna comparação que pressiona o jovem, mas ao mesmo tempo lhe dá motivação - o novato acredita que, sendo bem-sucedido, essas constantes perguntas sobre o tio "morrerão". Dono de uma carreira meteórica, Bruno chegou a afastar a ideia de ser um profissional das pistas por causa da morte do tio. Há cinco anos, porém, definiu que era realmente isso o que ele gostaria de fazer e começou a participar de corridas da Fórmula BMW e da Fórmula 3 Inglesa. A partir daquele início, ele já era bastante pressionado por causa do tricampeão mundial de Fórmula 1. "Eu comecei minha primeira corrida com uma equipe de tevê nas minhas costas", confidenciou à rede britânica BBC. "Muita pressão e exigência são coisas constantes na minha vida - eu sempre tive mais atenção que os outros do meu nível". Na elite do automobilismo mundial, em que estreará em 2010 pela Campos, Bruno será rodeado de astros e dividirá um pouco as expectativas. Mesmo assim, entre os novatos é o paulista o piloto mais conhecido por torcida e mídia. "Sei que na F-1 a proporção vai ainda crescer, mas acredito estar preparado para isso", garantiu. Em "99%" de suas entrevistas, o piloto admite que a lembrança de Ayrton vem à tona, o que nem sempre é agradável. De qualquer forma, até nisso o jovem Senna enxerga um lado positivo. "De um certo modo é ruim que todos me perguntem sobre Ayrton, porém quando as pessoas me conhecerem melhor isso morrerá um pouco. Confio em que o melhor modo de criar minha própria identidade é atingindo sucesso. A Fórmula 1 é a maior vitrine para isso", concluiu.