Uma seleção equlibrada e, acima de tudo, comprometida. Essa é a imagem que a equipe comandada por Dunga deixou para a crônica esportiva e para o apaixonado torcedor ao longo de 2009, segundo a visão do próprio comandante do time verde e amarelo. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira no Museu do Futebol ao lado de Jorginho, seu auxiliar, Dunga fez uma rápida análise do desempenho brasileiro no ano (14 vitórias, dois empates e uma derrota) e classificou a temporada 2009 como positiva.
Antes de falar sobre o que passou, no entanto, o comandante do time pentacampeão deixou claros alguns pontos de seu planejamento que ainda estão por vir. Dentre eles o período de concentração do grupo, em local ainda não estabelecido, às vésperas do início da Copa do Mundo de 2010. Batendo constantemente na tecla do comprometimento, Dunga avisou que a 'festa' que foi vista em Weggis, na Suíça, 'quartel-general' brasileiro antes da última Copa, não se repetirá.
"Para jogar na seleção brasileira de hoje não conta só a condição técnica, e sim o comprometimento. Se um atleta não tiver isso, os outros não aceitam. Todo mundo quer fazer oba-oba na seleção, mas nós precisamos de seriedade para trabalhar. Se colocarmos milhões de pessoas (para ver o treino), um jogador pode tentar algo diferente e ser vaiado. Temos de nos fechar o máximo possível", opinou, deixando clara a tática que será usada nos treinos às vésperas do Mundial de 2010.
Ao falar sobre a temporada finalizada com uma vitória por 2 x 0 sobre Omã, em amistoso disputado em Mascate, capital do país asiático, a análise foi positiva. "Foi produtivo, não só o ano de 2009, mas os três anos e meio de trabalho. Conseguimos uma regularidade boa e a seleção mostrou um bom equilíbrio, pois os jogadores mostraram que entenderam a forma de trabalhar da comissão. Foi, sem dúvida, um bom ano", discursou.
Na visão de Dunga, o lado positivo de todo o seu trabalho à frente do grupo, iniciado após o vexame protagonizado na Copa da Alemanha, em 2006, foi justamente resgatar a imagem respeitosa que a seleção sempre passou aos seus torcedores.
"Nosso maior ganho foi trazer novamente o torcedor para o lado da seleção. Não basta sermos comprometidos. Temos que mostrar isso ao torcedor. Os jogadores entenderam isso e o torcedor deu a resposta, como foi contra a Venezuela, quando nos apoiaram mesmo sem termos conseguido vencer", concluiu, citando a despedida da equipe nas Eliminatórias.