Em meio a tantos recordes que Roger Federer espera obter para se consagrar como o maior tenista de todos os tempos, permanecer como o número um do mundo é importante. E é também para fechar 2009 nessa condição que o suíço está em Londres de olho na disputa do ATP Finals, que começa neste domingo. Quem ameaça o suíço na liderança do ranking é Rafael Nadal, que, por outro lado, procura minimizar o assunto.
Já detentor da maior sequência como o melhor do mundo (237 semanas seguidas) da história do tênis, Federer pode garantir em breve outro recorde semelhante. Em semanas não consecutivas, o maior número 1 da história ainda é Pete Sampras, com 286, e o helvético é o quarto dessa lista (257).
Para seguir na caça ao norte-americano, o europeu precisa controlar a vantagem de 945 pontos que ostenta para Nadal no ranking. Como no ATP Finals 1.500 tentos estarão em jogo, o espanhol ainda tem chances de reverter esse quadro, mas não depende apenas de seus resultados - mesmo que seja campeão, o jovem seguirá no segundo lugar se o rival for à final ou se ganhar todos os três jogos na primeira fase.
Nessa etapa inicial da antiga Masters Cup, Federer está localizado no grupo A, ao lado de Andy Murray, Juan Martín del Potro e Fernando Verdasco, e admite saber exatamente o que precisa fazer na próxima semana. "Estou ciente disso, com certeza. Estaria mentindo se dissesse que vim para cá (Londres) somente para jogar bem. Estou aqui para vencer o torneio e tentar ficar como número um", disse, na véspera da abertura do evento.
Caso consiga cumprir esse objetivo, o suíço colocará em outro quesito o seu nome na história do tênis. Até aqui, apenas um atleta foi capaz de ser campeão do circuito em um ano, perder esse título e voltar a sê-lo depois - Ivan Lendl, que liderou a lista em 1985, 1986 e 1989. O homem da Basileia, que entre 2004 e 2007 ficou sempre na ponta do ranking, perdeu a disputa para Nadal em 2008. Ganhando agora, ele ficará perto novamente de Sampras, único tenista a ter terminado seis temporadas na primeira colocação.
Cabeça-de-chave do grupo B na Inglaterra, no qual pegará Novak Djokovic, Nikolay Davydenko e Robin Soderling a partir de segunda-feira, o espanhol sabe que as chances de superar Federer não são grandes. Dizendo-se feliz como número dois, ele garante não se importar muito com esse assunto. "Não sei como está a pontuação e não sei o que deveria acontecer para eu terminar como primeiro, segundo ou terceiro. Ganhar seria incrível, o resto não importa", ressaltou.
Com 1.295 tentos à frente de Djokovic no ranking, Nadal ainda pode ser ultrapassado pelo sérvio. Este, porém, precisaria erguer o troféu em Londres e torcer para que o colega só vença uma das três partidas da primeira fase.