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Crise no Palmeiras pode afastar mais jogadores do elenco neste Brasileirão

A dor de cabeça após a derrota para o Grêmio, por 2 x 0, na última quarta-feira, e principalmente, por a briga feia protagonizada por Obina e Maurício, que resultou no afastamento da dupla, vai demorar a passar. Ontem, o clima esquentou novamente no Parque Antártica. Alguns jogadores, liderados pelo goleiro Marcos, tentaram fazer com que a diretoria verde voltasse atrás e desse uma nova oportunidade aos brigões do Porco. No entanto, o gerente de futebol, Toninho Cecílio, foi veemente ao negar o pedido e, em alguns momentos, duro com os atletas. "Se alguém não gostou, é só pedir para ir embora. Não vou tolerar esse tipo de coisa neste clube. Aconteceu pela primeira vez e vai ser a última. Não tomo essa atitude pensando na reação do grupo. Tem momentos que é preciso tomar decisão, e essa foi a única. Foi algo acertado e firme. Quem não gostou da decisão e estiver incomodado, é só passar na minha sala, não tem problema algum. Mas enquanto eu, o Beluzzo (presidente) e Gilberto Cipullo (vice de futebol) estivermos no comando do Palmeiras, uma cena como essa não acontecerá novamente", avisou Toninho Cecílio. O técnico Muricy Ramalho afirmou que a decisão foi tomada de cabeça quente. Marcos, em nome do grupo, tentou mudar a decisão da diretoria. "Não tem como eu reconsiderar isso. Falei que não adiantaria pedir, o Marcos veio como capitão. Foi algo que compreendo, eu fui capitão. Os atletas pensam no colega, no futuro. Mas não foi considerado voltar atrás, não há a mínima possibilidade", reforçou o dirigente. Dessa forma, Obina será devolvido ao Flamengo no fim do ano. Maurício não terá seu contrato, com validade até 2012, rescindido. O zagueiro será emprestado em 2010. Um dos poucos jogadores do clube que passam ilesos das críticas da torcida, o volante Pierre confirmou o pedido do grupo para que a diretoria perdoasse Maurício e Obina. "O grupo está unido. Queira ou não, criamos um laço de amizade com os dois. Eles são pessoas sensacionais. Tentamos conversar com a diretoria, mas não foi possível", afirmou. Pierre acredita também que todos têm parcela de culpa pela queda do rendimento. "Todos nós temos nossa parte nessa situação. Se estamos mal, foi porque não fomos competentes. Não é do meu caráter apontar A ou B. É o momento de darmos as mãos e nos ajudar. Temos de dar força para quem não está com a cabeça boa e tirar o Palmeiras dessa situação", explicou o cão de guarda do Verdão. Diretoria pede paz à torcida Nos dois jogos que restam para o fim do Brasileiro, o Palmeiras acredita que pode, pelo menos, assegurar uma vaga na Libertadores. Portanto, o diretor de futebol Genaro Marino implora para que torcedores organizados deixem o elenco em paz antes dos compromissos contra Atlético-MG, em casa, e Botafogo, fora. "Agora, não é hora de acuar atleta, faltam dois jogos. É o momento de saber resolver as coisas com mais calma. Precisamos manter a estabilidade emocional do grupo. Podemos pensar até em título dependendo dos resultados de São Paulo e Flamengo no final de semana", afirmou o dirigente. Dia também foi para lavar roupa suja Duas horas. Esse foi o tempo que durou a conversa entre jogadores, comissão técnica e o gerente de futebol, Toninho Cecílio, antes do treinamento de ontem. Segundo o dirigente, a reunião serviu para reforçar o comando da diretoria palmeirense e alertar que incidentes como o que gerou o afastamento de Obina e de Maurício, não serão aceitos. "Houve uma partida ruim, principalmente pelo incidente, mas temos de reagir. Discutirmos o que pode ser feito em prol do Palmeiras e reforçar o comando da diretoria. Não vamos admitir um episódio parecido, seja qual for o atleta envolvido", contou o dirigente do Alviverde. Referente às declarações de Marcos e Danilo, que criticaram alguns companheiros por falta de empenho, Cecílio pediu que a %u2018roupa suja%u2019 fosse lavada de forma interna. No entanto, o diretor rechaçou que exista falta de comprometimento. %u201CIsso foi colocado e não gostei. Tem de se falar diretamente ao companheiro. O que acontece na vida privada, eu não me envolvo. São notícias que chegam de fontes que não se deve considerar. Tenho convicção de que o que acontece aqui acontece em qualquer equipe. Eu vi uma equipe antes do jogo contra o Fluminense, contra Goiás e Corinthians com muita entrega. Eu não vi falta de comprometimento", minimizou. Jogos que faltam 29/11 Palmeiras x Atlético-MG 6/12 Botafogo x Palmeiras