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Davydenko prevê carreira curta para Nadal, tenista 'sem saque e voleio'

Um sincero Nikolay Davydenko não teve papas na língua ao 'encarar' o diário espanhol Marca para uma entrevista publicada nesta sexta-feira. Algoz de Rafael Nadal no Masters 1000 de Xangai, o russo garante ter o "antídoto" para bater o rival em quadras duras, superfície na qual eles se reencontrarão na próxima semana, e ainda prevê muitos "percalços" no futuro do jovem que tem sofrido com lesões no joelho. Segundo avaliou Davydenko, Nadal é um dos tenistas que mais depende do físico para jogar porque não tem "saque nem voleio". "Seu recurso é passar bolas do fundo da quadra até que você se canse e falhe", criticou. Desde que voltou a jogar em setembro, após se ausentar do circuito profissional por dois meses para curar tendinite em ambos os joelhos, o espanhol conheceu seis derrotas - até maio, havia perdido apenas cinco vezes na temporada. Para o russo, isso acontece porque o corpo do tenista ainda não está 100% fisicamente. "A verdade é que o vejo um pouco cansado. Suponho que seja por causa do grande número de partidas". Nesse período recente, o próprio Davydenko se aproveitou da queda de nível de Nadal, tendo vencido o oponente por 7/6 (7-3) e 6/3 em outubro, na decisão do Masters 1000 de Xangai. "Pode-se dizer que sei qual é o antídoto para batê-lo na quadra dura. Se você permanecer no fundo, está morto", disse o sétimo colocado do ranking de entradas, que bateu o segundo em três de sete encontros já realizados - leva vantagem de três vitórias e uma derrota no piso rápido. Nessa superfície, os rivais voltam a se encontrar no ATP Finals, competição que começa neste domingo e na qual estão localizados no mesmo grupo. Como o maiorquino depende tanto do físico, o russo não imagina uma carreira muito longa para o colega. Exatamente por isso, é reticente quando perguntado pelo Marca se o jovem pode igualar o recorde de Grand Slams ganhos por Roger Federer (soma seis, contra 15 do suíço). "Tempo para empatar tem. O assunto é que, mesmo com 23 anos, já teve muitas lesões nos joelhos e nos pés. Se tão novo está assim, o normal é pensar que seguirá tendo percalços no futuro", projetou Davydenko, que considera o helvético o melhor jogador de todos os tempos.