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Muricy defende brigões e diverge de afastamento imediato

Porto Alegre ; O técnico Muricy Ramalho vai acatar a decisão da diretoria do Palmeiras, mas considerou prematuro o afastamento definitivo do zagueiro Maurício e do atacante Obina do elenco alviverde. Os dois foram expulsos por trocar tapas dentro de campo durante a derrota para o Grêmio, no Olímpico.

Questionado se teria a mesma postura dos dirigentes, Muricy Ramalho foi claro: "Nas decisões que tomo, eu preciso estar mais tranquilo. Com cabeça quente, é impressionante o que passa por nossa mente. Por isso que nem converso com o grupo quando acaba o jogo", afirmou o treinador, que evita, porém, entrar em atrito com seus superiores. "Precisamos respeitar".

Quando Muricy Ramalho chegou ao vestiário, após o fim da partida, os integrantes da diretoria já estavam convencidos sobre o afastamento dos brigões. O treinador revela tristeza por ver seus comandados em situação complicada no fim do ano.

"Infelizmente, eles perderam a cabeça. A decisão é dura. Ninguém quer ver companheiros em má situação. É difícil explicar o que aconteceu. Não são atletas com passado ruim", lastimou Muricy Ramalho, que foi além. "A gente fica chateado principalmente com a situação do Maurício, que é um garoto e está começando. O Obina ainda pode voltar ao Flamengo, é um atleta com uma carreira no futebol", emendou.

Experiências anteriores

Muricy Ramalho admite que já tinha visto troca de tapas entre atletas de suas equipes dentro do vestiário. Mas foi a primeira vez que o treinador observou dois de seus jogadores brigarem no campo.

"Normalmente, essas brigas não vão para fora. Depois que ganha, tudo é apagado. Eu também já briguei quando era jogador, mas nunca vi isso dentro de campo", encerrou o técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo.