Rio de Janeiro - Camisas enroladas na mão, girando sobre a cabeça, olhos marejados e aos gritos de "O campeão voltou" fizeram o Maracanã - completamente tomado por cruzmaltinos - tremer no mesmo ritmo. Era essa a imagem dos mais de 80 mil vascaÃnos que, em um misto de alÃvio, desabafo e alegria, fizeram uma festa emocionada com direito a recorde de público na temporada, na vitória sobre o Juventude por 2 x 1 e que garantiu matematicamente ao time de São Januário a volta à elite do futebol nacional em 2010. Com 70 pontos, a equipe de Dorival Júnior não pode mais ser alcançada pelo quinto colocado, hoje o Figueirense, com 57.
O capitão Carlos Alberto, autor do gol do acesso, comandou a volta olÃmpica no gramado, carregando um enorme número 1 de isopor e papel vermelho, simbolizando o retorno à Primeira Divisão. Um troféu improvisado pela torcida, que pôs fim aos exatos 11 meses de calvário na Série B. Depois de um inÃcio conturbado, de dúvidas e medo em não conseguir o acesso em 2010, ela abraçou o time, carregou o grupo nas costas e foi com ele até o fim, como quem perdoa a decepção com um filho. "Quando eu assinei com o Vasco, no inÃcio do ano, muita gente disse que era loucura, que eu estava dando um passo atrás na minha carreira. Fui motivado pelo desafio e pela certeza de que subirÃamos. A minha relação com a torcida neste perÃodo foi como um namoro, com brigas, voltas e desencontros. Mas ela foi me conquistando aos poucos, com demonstrações de carinho e entrega que eu nunca vi. Hoje posso dizer, sem demagogia, que sou vascaÃno", desabafou Carlos Alberto, com voz embargada e lágrimas nos olhos.
Amor infinito
O jogo acabou e a torcida não deixou o Maracanã. Gritou o nome de cada jogador, do goleiro aos reservas, sem se esquecer do zagueiro Fernando, um dos que mais chorava após a partida. Os atletas receberam das mãos do diretor-executivo, Rodrigo Caetano, duas faixas com os dizeres: "O sentimento nos trouxe de volta" e "Obrigado pelo amor infinito", recado direto para a torcida.
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