Jornal Correio Braziliense

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Marta classifica jogo no Pacaembu como 'histórico'

Conhecida como 'Rainha' no mundo do futebol feminino pelo seu talento formidável, Marta sentiu-se uma simples súdita na noite desta sexta-feira. Após brilhar na goleada de 5 a 0 do Santos sobre o Formas Íntimas, da Colômbia, que garantiu as Sereias da Vila na decisão da Copa Libertadores Feminina, a melhor jogadora do mundo classificou a oportunidade de atuar no estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, como "histórica". "Hoje (sexta-feira), aconteceu uma coisa histórica para o futebol feminino, pois estamos tendo a oportunidade de jogar uma competição desse nível no nosso pais e nesse estádio. Fiquei surpresa com a presença do público. Sempre tivemos bons na Vila (Belmiro), mas como jogamos em São Paulo achei que viria menos. Realmente, isso me surpreendeu e quero agradecer a torcida", declarou a meia-atacante santista, em entrevista coletiva depois de obter a classificação à final. O público total na fria noite de sexta-feira no Pacaembu acabou sendo de 8.849 torcedores, um número pouco menor do que o clássico entre Santos e Palmeiras, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, a Vila Belmiro recebeu 10.402 pagantes. Os números mostram uma evolução plena na popularidade do futebol feminino, algo que Marta atribui ao sucesso da seleção brasileira nos últimos anos, além de uma mudança no comportamento da população com a modalidade, julgada durante muito tempo como propícia apenas para homens. "O machismo está ficando mais distante. Atualmente, diminuiu o preconceito contra o futebol feminino e estamos trabalhando para dar o bom exemplo, aumentando ainda mais essa popularidade. Isso está acontecendo devido ao destaque que temos. Desde o título do Pan-americano, em 2007, até agora, crescemos muito e as pessoas que não conheciam o futebol feminino passaram a conhecer", explicou Marta. Líder do Santos dentro das quatro linhas, a capitã Aline Pellegrino também mostrou surpresa com a receptividade dos 'paulistanos santistas' que estiveram presente no estádio municipal. A camisa 5 até brincou com as brigas familiares para pedir um crescimento ainda maior do futebol feminino no Brasil. "Não sabemos se esse dia pode se repetir. Porém, atualmente temos o Brasil voltado para o futebol feminino, respeitando-o e o admirando-o. Quando era mais jovem, apenas eu queria jogar futebol, as outras meninas faziam jazz, vôlei e handebol. Agora tudo mudou, isso é uma grande responsabilidade para nós. Hoje, as meninas vão na mãe e no pai com propriedade para lutar, buscando jogar futebol. Que briguem mesmo com os pais para o futebol feminino crescer ainda mais", brincou a capitã do Santos.