Maradona colocou em xeque pela primeira vez o seu futuro à frente da seleção argentina. Após comandar os treinamentos iniciais de preparação para as partidas diante do Peru e Uruguai, pelas Eliminatórias Sul-americanas, o treinador revelou decidir sobre sua continuidade ou não depois do qualificatório para a Copa do Mundo de 2010. El Diez reiterou que o veredicto independe da classificação do país para a competição.
"Depois destas partidas, vou avaliar se devo seguir no comando. No primeiro momento, Julio (Grondona) me recebeu na sua casa, ofereceu o cargo, então disse para ele que era o homem mais feliz do mundo. Mas, depois, ocorreram coisas que eu não gostei e assim vou decidir. Se seguir, será sob as minhas condições", afirmou Maradona, em entrevista coletiva depois dos trabalhos desta terça-feira, mostrando clara decepção durante sua trajetória na equipe.
Maradona mostrou-se decepcionado com a falta de alento da AFA (Associação do Futebol Argentino) perante os clubes europeus. Ainda nesta semana, o treinador esperava a viagem de algum representante a Manchester para impedir que o atacante Carlitos Tevez e o lateral direito Pablo Zabaleta atuassem pelo City diante do Aston Villa, na última segunda-feira.
Sem nenhum comunicado da entidade à equipe, ambos entraram em campo e a Argentina sofreu com a lesão de Zabaleta durante a partida. Recusando convocar um substituto, Maradona precisará improvisar alguém na lateral, já que o treinador não convocou Javier Zanetti e nenhum outro atleta para realizar a função.
A Argentina soma modestos 22 pontos e ocupa a quinta colocação nas Eliminatórias Sul-americanas. Neste posto, a Albiceleste garantiria um lugar na repescagem para enfrentar o quarto representante da Concacaf. A equipe de Maradona entra em campo no próximo domingo, quando recebe o Peru em Buenos Aires.
Na quarta-feira, a seleção bicampeã mundial (1978 e 1986) terá pela frente o clássico contra o Uruguai, atual sexto colocado nas eliminatórias com um ponto de desvantagem em relação aos comandados de Maradona. Caso fique fora da Copa, a Argentina repetirá o fiasco do classificatório de 1970, última edição do Mundial sem a presença dos hermanos.