Enviado especial
Copenhague - Uma dúvida, que ao mesmo tempo é uma apreensão, paira no ar depois que o Rio de Janeiro foi confirmado como a sede das Olimpíadas de 2016. Terá o Brasil tempo suficiente para trabalhar atletas de modo que, quando chegar a hora de competir, o país dispute em igualdade de condições com as maiores potências do esporte?
[SAIBAMAIS]Muito se fala em estrutura e em quanto precisará ser gasto nas Olimpíadas de 2016. Mas, até ontem, antes da entrevista coletiva que Lula concedeu à imprensa brasileira, quase nada havia sido detalhado sobre o papel dos atletas brasileiros na festa esportiva. E eles, no fim das contas, serão as estrelas máximas daqui a sete anos.
Em um país que ainda carece de uma política esportiva bem definida, a boa notícia é que o presidente Lula está atento a essa questão. E garantiu que haverá investimentos como nunca antes no país. "Já começamos a pensar no que o Brasil precisa para ser um país competitivo", disse o presidente. "Já determinei que se faça uma reunião com os presidentes de todas as federações para saber o que eles precisam e temos que ter metas a partir daí", adiantou. "Vamos ser muito mais profissionais para preparar o Brasil para participar das Olimpíadas do Rio", garantiu.
Nuzman promete surpreender
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, não quis adiantar detalhes sobre o programa de desenvolvimento do esporte a ser implantado, mas garantiu: "Nenhum presidente de confederação sabe de nada. E vocês vão ter uma surpresa", prometeu. "Eu tinha que ter um trunfo para usar e agora eu tenho".
Sete anos. Um desafio. Em 2016, o Brasil precisará se superar como país em vários aspectos para cumprir as intenções de organizar a melhor olimpíada jamais vista, como sonham Lula e a turma do Rio-2016. Nesse período, atletas como a carioca Bárbara Leôncio, promessa do atletismo nacional e que se tornou um dos símbolos da campanha carioca na vitória em Copenhague, precisa de todas as condições para se desenvolver.
Ela completará 17 anos na quarta-feira. Terá 23 anos à época dos Jogos do Rio. Como ela, existem milhares de jovens entre 14 e 18 anos que esperam para ser descobertos, trabalhados, orientados, postos para competir e brilhar. Trata-se de uma geração que terá entre 21 anos, idade em que César Cielo conquistou o ouro olímpico, e 25 anos. Tempo existe. Talentos também. Alguns já foram revelados. Outros aguardam uma chance. As Olimpíadas do Brasil estão aí. Agora é trabalhar.