Tesourinha foi um dos grandes nomes do futebol brasileiro na década de 40. Muitos dizem que se tivesse ido para a Copa de 50, o Brasil teria sido campeão. Se o hábil ponteiro direito não conseguiu conquistar o título máximo de seu esporte, as mulheres que estarão na quadra do ginásio que leva o seu nome atingiram o topo. As brasileiras campeãs olímpicas no ano passado começam a disputa do Sul-americano, nesta quarta-feira, em Porto Alegre.
As comandadas de José Roberto Guimarães são as favoritas para a conquista do título. Porém, o treinador não gosta deste rótulo, preferindo exaltar as dificuldades que serão encontradas nos cinco dias de competição.
"Os adversários têm o Brasil como um parâmetro. Ganhar um set, um jogo do Brasil tem sempre um significado especial. Todo o cuidado é pouco", alertou.
Mesmo que as brasileiras tenham a supremacia no vôlei mundial e tenham vencido os últimos oito torneios disputados, Zé Roberto não deixa de ter razão. Os campeonatos continentais da Ásia e das Américas do Norte e Central são a prova disso. No oriente, a China acabou derrotada pela Tailândia. Enquanto aqui nas Américas, nem Estados Unidos, nem Cuba. A taça ficou com a República Dominicana. Os dois paises esperam os vencedores do Sul-americano e do Europeu para a disputa da Copa dos Campeões, em novembro, no Japão.
O ano de 2009 tem sido de renovação na equipe brasileira. Em Porto Alegre serão apenas seis medalhistas de ouro presentes. A ausência de última hora será a meio de rede Fabiana, lesionada. Outra veterana de seleção, a ponteira Mari viverá uma sensação diferente. Esse será o seu primeiro Sul-americano.
"Independente de o campeonato ter ou não o glamour de uma Olimpíada, queremos sempre fazer bonito para conquistarmos mais uma vitória. E neste Sul-Americano principalmente, por estarmos jogando no Brasil, com o apoio da torcida. Particularmente, vai ser mais importante por ser um título que eu ainda não tenho", comentou.
Outra jogadora que viverá no torneio um momento especial é Paula Pequeno. Após quatro meses se recuperando de uma cirurgia no joelho, ela está de volta às quadras. Em um primeiro momento ficará no banco de reservas, sendo aproveitada aos poucos durante as partidas.
"Estou feliz. Estou morrendo de saudades. A cirurgia acabou sendo o mal necessário", declarou.
O time de Zé Roberto terá um peso dobrado sobre as costas. Além de tentar confirmar o favoritismo, o time objetivará manter a hegemonia no Sul-americano. Desde 1995, só deu Brasil na competição bienal. Melhor, desde que o treinador assumiu a seleção, em 2003, exatamente em um Sul-americano, o time venceu todos os 14 jogos que disputou na competição, sempre por 3 sets a 0.
O Brasil está no Grupo A. A estreia será diante do Paraguai, nesta quarta, às 19h30 (de Brasília). Na quinta, no mesmo horário, o adversário será o Uruguai. Fechando a primeira fase, as brasileiras enfrentam as argentinas, na sexta, às 19 horas.
Grupos do Sul-Americano
GRUPO A - Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai
GRUPO B - Peru, Venezuela, Colômbia e Chile
Tabela da competição:
Primeira rodada (30/09 - Quarta-feira)
9 horas - Venezuela x Colômbia
11 horas - Peru x Chile
16h30 - Uruguai x Argentina
19h30 - Brasil x Paraguai
Segunda rodada (01/10 - Quinta-feira)
9 horas - Venezuela x Chile
11 horas - Peru x Colômbia
16h30 - Argentina x Paraguai
19h30 - Brasil x Uruguai
Terceira rodada (02/10 - Sexta-feira)
9 horas - Colômbia x Chile
11 horas - Peru x Venezuela
16 horas - Uruguai x Paraguai
19 horas - Brasil x Argentina
Semifinais (03/10 - Sábado)
8 horas - 4; de A x 4; colocado de B (disputa do 7; e 8; lugar)
11 horas - 1; de A x 2; de B
17 horas - 3; de A x 3; de B (disputa do 5; lugar)
19 horas - 1; de B x 2; de A
Disputa terceiro lugar (04/10 - Domingo)
9 horas
Final (04/10 - Domingo)
12 horas