Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Perto do fim, Mosley queria um Schumacher na China e na Índia

Em 23 de outubro, Max Mosley deixará o cargo que ocupou na FIA (Federação Internacional de Automobilismo) nos últimos 16 anos. Ele já havia admitido que o fará com alívio em favor de Jean Todt ou Ari Vatanen, mas não nega ter arrependimentos durante o longo período em que esteve na presidência: o principal foi não ter contribuído para o surgimento de um Michael Schumacher em países emergentes como China e Índia. Durante seu mandato, Mosley se destacou, junto ao chefão comercial da Fórmula 1 Bernie Ecclestone, por inserir o circo no contexto do mercado asiático, com a criação da prova chinesa, em 2004, e também daquela indiana, cuja estreia está marcada para 2011 - provas em Malásia, Bahrein, Cingapura, Abu Dhabi e Coreia do Sul, nesse contexto, também ganharam espaço. Apesar da evolução nesse sentido, faltaram obras de infra-estrutura para aumentar o apelo do automobilismo nos dois países. "Se nós tivéssemos organizado competições de kart para jovens, talentos teriam surgido", lamentou o britânico ao diário Evening Standard. Há quatro anos, Narain Karthikeyan chegou a representar a Índia correndo pela Jordan, porém não durou muito e está na A1GP, enquanto que não se tem notícias de pilotos da China tanto na GP2 quanto na Fórmula 2, as duas principais categorias de acesso à F-1. Fazendo, portanto, uma mea-culpa, Mosley assinalou que "não haver existido um Michael Schumacher" em ambos os países é a grande lamúria com a qual deixará a FIA em outubro. "Estamos em um esporte de classe média que não é para países empobrecidos do terceiro mundo, mas há crescimento na China e na Índia e poderíamos ter feito mais", concluiu.