Dunga anunciou durante esta tarde a convocação do Brasil para encarar a Bolívia. Contudo, o confronto pode não acontecer. Na noite desta quinta-feira, os jogadores da seleção boliviana corroboraram com a decisão da Fabol (Federação de Jogadores Agremiados da Bolívia) de renunciar à equipe nestas duas últimas partidas pelas Eliminatórias Sul-americanas, caso não ocorram mudanças significativas no futebol do país presidido por Evo Morales.
A informação acabou sendo confirmada pelo secretário- executivo da Fabol, Mílton Melgar. O dirigente deixou em aberto a decisão dos jogadores de entrarem em campo no dia 11 de outubro, em La Paz, para duelo contra a seleção brasileira, pela penúltima rodada do qualificatório para o Mundial da África do Sul.
"Nós manteremos a nossa postura até percebermos que haverá uma mudança real", afirmou Melgar, antes de minimizar a proposta da FBF (Federação Boliviana de Futebol) de análise para a atual situação do esporte do país. O representante dos atletas a classificou como 'muito fria'.
A organização dos atletas profissionais bolivianos exige uma maior ajuda econômica do governo de Evo Morales e da própria Federação Boliviana de Futebol para melhorar as condições do esporte no país. A crise acabou sendo instalada após a derrota de 3 x 1 para o Equador, que minou todas as chances da seleção garantir um lugar na próxmia Copa do Mundo.
Sem ir ao Mundial desde 1994, nos Estados Unidos, em uma geração comandada pelo meia Marco 'El Diablo' Etcheverry, a Bolívia recebeu duras críticas do presidente Evo Morales após a eliminação neste último mês de setembro. Depois da derrota em Quito, o mandatário nacional apresentou uma proposta de "estatização" do futebol para representar o país de uma forma "mais digna" nos próximos anos.