Na própria segunda-feira em que a FIA (Federação Internacional de Automibilismo) descartou banir a Renault da Fórmula 1, ficou acertada a permanência dos franceses na categoria. Tudo isso foi revelado nesta quarta-feira, a partir da divulgação de um comunicado emitido pela montadora durante o julgamento em Paris do escândalo de Cingapura.
Ao fim da audiência em questão, o presidente da equipe na Fórmula 1, Bernard Rey, já assumira aos repórteres o desejo de seguir em atividade. Na verdade, naquele momento a continuação dos trabalhos na fábrica de Enstone já estava garantido por meio de uma carta lida durante a reunião do Conselho Mundial da FIA.
[SAIBAMAIS]"Chegamos seriamente a considerar se deveríamos ficar no esporte depois do prejuízo causado pela conspiração à imagem da corporação, mas concluímos que gostaríamos de dar uma importante contribuição à Fórmula 1", informou a Renault, que poderia abandonar o campeonato também por causa da crise econômica que já afastou Honda e BMW das pistas.
À entidade presidida por Max Mosley, a montadora ainda prometeu introduzir uma nova estrutura em sua hierarquia esportiva após as saídas de Flavio Briatore e Pat Symonds, envolvidos na falcatrua de Cingapura junto a Nelsinho Piquet. "Claramente os conspiradores agiram contra os nossos interesses. Tomaremos providências internas para garantir que esse tipo de coisa nunca mais acontecerá de novo", continua o comunicado. Chefiando o novo quórum, poderia aparecer Alain Prost, principal candidato a substituir o italiano.
Família Piquet livre de processo: Movimentada, a quarta-feira não serviu apenas para garantir a continuidade da Renault na Fórmula 1. Buscando encerrar de vez o escândalo, o advogado da escuderia, Ali Malek, disse ao Conselho Mundial da FIA que a equipe desistirá das ações iniciais que haviam sido iniciadas contra Nelson e Nelsinho Piquet. "Nossa intenção é fazer tudo o possível para deixar essa história para trás", informou Malek.
Em 11 de setembro, a equipe e Flavio Briatore haviam entrado com um processo contra a família na Justiça da França. Na ocasião, a acusação era de que o piloto brasileiro havia fabricado "acusações falsas" e feito "chantagem" para permanecer correndo até o fim da temporada 2009.