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'Profundamente arrependido', Nelsinho mira recomeço do zero

Depois de quase doze meses carregando o peso do Grande Prêmio de Cingapura sobre as costas, Nelsinho Piquet está "aliviado". Nesta segunda-feira, todas as investigações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) sobre a manipulação do resultado daquela prova acabaram, e, mostrando-se "profundamente arrependido", o brasileiro pode voltar a pensar na carreira, que deve "recomeçar do zero" a partir de agora. Como colaborou com a FIA fornecendo todos os detalhes do plano arquitetado pelos dois principais dirigentes da Renault na Fórmula 1, Flavio Briatore e Pat Symonds, para conceder a vitória em Cingapura a Fernando Alonso, Nelsinho recebeu "imunidade" na reunião do Conselho Mundial da entidade em Paris. Porém, garantiu que não esperava ser perdoado desse modo, sendo liberado para competir na categoria já a partir de 2010. "Desejo todos os dias não ter feito o que fiz, mas era melhor fazer a verdade ser conhecida e aceitar as consequências. A coisa mais positiva é que nada disso acontecerá de novo", previu, na saída da audiência desta segunda. Sabedor que desde que trouxe o assunto à tona vem sendo julgado pelas mais variadas pessoas ao redor do mundo, Nelsinho assegura não ter medo desse cenário. "Não sei quanto as minhas explicações ajudarão as pessoas a entender o que fiz. Não espero que isso seja esquecido, mas ao menos agora todos podem tomar suas conclusões baseados no que de verdade aconteceu". Buscando se defender, o filho do tricampeão mundial Nelson Piquet lembrou que sua situação na Renault ao fim do ano passado era um "pesadelo". Sem a garantia de que teria o contrato renovado, o brasileiro estava "à mercê" de Flavio Briatore, chefe da equipe que também era o empresário do piloto. "Ele tinha o meu futuro nas mãos, mas para ele nada importava. Na época da corrida de Cingapura, fui isolado e isso me levou ao ponto mais baixo que já atingi na minha vida: sentia-me em uma posição na qual não podia recusar o plano". Se já admitiu que não sairá como um 'santo' de toda essa falcatrua, o brasileiro acredita que, aos 24 anos de idade, ainda tenha tempo para dar a volta por cima e provar que pode se destacar na elite do automobilismo como fez na Fórmula 3 Inglesa e na GP2. "Posso assegurar que não haverá piloto tão determinado a provar o valor como eu. Percebo que tenho que recomeçar do zero e espero que um time reconheça como eu estava sufocado na Renault e me dê uma nova oportunidade".