Paris ; Ao admitir a culpa pela manipulação do último Grande Prêmio de Cingapura e se desligar dos homens responsáveis por isso, Flavio Briatore e Pat Symonds, a Renault conseguiu o que queria e saiu quase ilesa do julgamento no Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em Paris. A escuderia está liberada para participar da temporada 2010, sendo que será suspensa por dois anos somente caso cometa alguma outra irregularidade.
Ao fim do julgamento, portanto, apenas uma ;advertência; foi aplicada à Renault, que nem uma multa, conforme era previsto, terminou por receber. Quem acabou sendo efetivamente punido pela FIA foram Briatore, banido dos esportes a motor, e Symonds, que deverá se afastar de atividades do tipo pelos próximos cinco anos.
A equipe, que já adiantara que não "contestaria" as acusações realizadas por Nelsinho Piquet, ratificou nesta segunda-feira que não tem mais ligação com os dois antigos dirigentes e que eles foram os arquitetos do plano que culminou na batida do brasileiro para favorecer Fernando Alonso. Além disso, desculpou-se "sem reservas" perante a FIA, que garantiu que os franceses "cooperaram totalmente" com as investigações.[SAIBAMAIS]
O maior prejudicado, nesse contexto, foi mesmo Briatore. Um dos principais inimigos do presidente da entidade, Max Mosley, o italiano não poderá participar de nenhum campeonato por um "período indeterminado". Além disso, os pilotos empresariados por ele não terão sua superlicença renovada - atualmente, Fernando Alonso, Mark Webber, Heikki Kovalainen e Romain Grosjean estão ligados ao dirigente tricampeão da Fórmula 1 por equipes e terão de trocar de manager.
Symonds, por sua vez, viu ser aplicada uma pena menos severa, já que comunicou ao Conselho Mundial "eternos arrependimento e vergonha por per participado da conspiração" que resultou na vitória de Alonso em Cingapura.
No que toca aos pilotos envolvidos no caso, Nelsinho teve confirmada a "imunidade" e foi perdoado pela FIA, pois forneceu todos os detalhes sobre o polêmico plano da cúpula da Renault. Fernando Alonso, que também esteve em Paris nesta segunda, não será punido porque não tinha conhecimento da batida intencional do brasileiro.