Insatisfeito com a campanha da seleção boliviana nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, o presidente da Bolívia, Evo Morales, se mostrou a favor da estatização do futebol nacional neste sábado. O político sugere ajuda do Estado para dar mais representatividade ao país, de pouca tradição no esporte.
"O futebol tem um caráter privado, mas tem que ser estatizado para ter uma representação digna. Lamentamos o desempenho da nossa seleção nas eliminatórias. O futebol até agora foi dirigido por personalidades esportivas, mas não dá resultados", disse o presidente, na cidade de Cochabamba, depois de mais uma derrota boliviana nas Eliminatórias, por 3 a 1 para o Equador, na quarta-feira.
Os planos de Evo Morales só poderiam ser executados para a Copa do Mundo de 2014, já que a Bolívia não tem mais chances de buscar a vaga para o Mundial da África do Sul - com 12 pontos em 16 jogos, o time ocupa a vice-lanterna das Eliminatórias, previamente eliminado.
A estatização do futebol não seria a primeira intervenção do presidente boliviano no esporte. Evo Morales já coordenou a compra dos direitos de transmissão dos jogos das Eliminatórias por uma emissora estatal, para que todos os indígenas e a população rural pudessem acompanhar a seleção nacional.
Ele ainda interferiu na manutenção da sede da Federação Boliviana de Futebol, que ameaçava ser leiolada pela Receita Federal para quitar dívidas de cerca de US$ 3 milhões (R$ 5,4 milhões), referentes a impostos não pagos desde 1994. Com a ajuda de Morales, a pendência foi renegociada.
A seleção boliviana é a próxima adversária do Brasil nas Eliminatórias. O confronto, que ainda não tem data definida, deve ocorrer em 10 e 11 de novembro, na Bolívia, em cidade ainda a ser definida.