Jornal Correio Braziliense

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Cristiano e Kaká aceitam responsabilidades, mas sem rótulos

Principais estrelas da nova constelação de craques do Real Madrid, o meia Kaká e o atacante Cristiano Ronaldo custaram, juntos, mais de %u20AC 150 milhões aos cofres do clube espanhol, que lutou bastante para convencer Milan e Manchester United a liberarem seus maiores craques. Apesar de ainda não terem apresentado juntos um futebol digno dos dois últimos jogadores eleitos pela Fifa como melhores do mundo - Kaká em 2007 e Cristiano no ano posterior -, os dois têm total ciência do que precisam fazer para justificar o estratosférico investimento. E garantem estar prontos para o desafio. "É óbvio que temos grandes responsabilidades, mas não vejo isso pelo lado negativo. Acredito que seja até um incentivo a mais, pois viemos para cá para fazer parte de um grande e vitorioso projeto", comentou Kaká, ao site oficial da Uefa. "As expectativas são elevadas, mas isso é normal se olharmos o montante gasto nas contratações. Temos que criar a mentalidade correta para ganharmos a Liga (Espanhola), a Copa dos Campeões e as demais competições, pois esse é um clube obcecado por vitórias e os jogadores também têm de ser assim", emendou Cristiano Ronaldo, entrevistado simultaneamente ao brasileiro pela entidade máxima do futebol europeu. A dupla também mostrou sintonia quando questionada sobre os motivos pelos quais resolveu trocar de clube. "Na minha opinião, a vida é feita de ciclos. No Milan tive momentos excelentes e ganhei tudo o que poderia ganhar, mas minha história chegou ao fim da forma como gostaria, pois deixei amigos lá e posso voltar que serei bem recebido, assim como fui em minha chegada a Madri", comentou Kaká. "Basicamente é isso o que o Ricardo (primeiro nome de Kaká) disse. Tenho muito orgulho do meu ciclo no Manchester United, mas os ciclos chegam sempre a um fim e novas experiências e desafios aparecem. O que ganhei no Manchester faz parte do passado e estou pronto para uma nova etapa no Real, onde espero ganhar a mesma coisa ou até mais", emendou CR9. Até na hora de negar o rótulo de 'novos galácticos' os comandados de Manuel Pellegrini mostraram sintonia. Tanto Cristiano Ronaldo quanto Kaká rechaçaram qualquer tipo de comparação com a geração montada pelo presidente Florentino Pérez no início dos anos 2000, com Zidane, Beckham, Ronaldo, Roberto Carlos e Figo entre as principais estrelas do time blanco. "Não gosto de usar essa palavra. Aqui houve um grupo fantástico, com grandes jogadores, e nós também queremos formar um time que ganhe tudo, mas os galácticos fazem parte do passado", avisou o português. "Concordo com o Cristiano. A era galáctica foi formada por excelentes jogadores, mas era uma época diferente. Esperamos que, quando nossa geração passar, sejamos lembrados como um time vencedor, mas, no momento, somos somente jogadores de sucesso chegando a um novo clube e começando do zero", emendou Kaká.