A brasiliense Rebeca Gusmão, 25 anos, ainda aguarda a decisão de seu recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), com sede em Lausanne, na Suíça, cuja decisão determinará se ela poderá voltar a nadar ou se seguirá banida do esporte por ter sido condenada por doping. Enquanto o CAS não se pronuncia, Rebeca se mantém longe das piscinas, porém perto dos pesos e alteres. Além do futebol (é atacante do Cresspom), ela segue malhando diariamente e cumprindo uma rotina iniciada há 13 anos. A diferença é que hoje a candanga está ainda mais forte. A prova disso são as incríveis séries que ela cumpre na academia Metabolismo, no Lago Norte.
;É impressionante mesmo;, afirma o personal trainner de Rebeca, Renato Ferreira. ;Essas cargas que ela faz dificilmente um homem consegue levantar. Não estando muito bem treinado, um cara comum não faz;, garante Renato. Ele calcula que um camarada de 1,80m e cerca de 85kg que nunca malhou levaria cinco anos para chegar à série que Rebeca faz hoje. ;E mesmo assim com um trabalho específico de força e uma alimentação especial orientada.;
Rebeca se orgulha de tanta força. ;Eu sempre gostei muito de malhar;, frisou. ;E sempre tive muita força. Eu zerei minha primeira máquina de musculação (usar o peso máximo do aparelho) quando tinha 13 anos;, contou. ;Nunca disse que malhava por causa da natação. Existem coisas que eu não fazia quando nadava e hoje faço. Nunca tinha malhado ombro ou perna;, continuou. ;Antes, eu trabalhava os grupos musculares que eu usava na natação. E só malhava três vezes por semana. Hoje malho todos os dias e trabalho tudo, perna, ombro;;, ressaltou.
Aos 24 anos, Lucas Frederico, 1,82m e 82kg, malha há 4 anos. E ele confessa que está longe de encarar os 120 quilos que Rebeca ergue no supino. ;Meu máximo são 90 quilos;, contou. ;Acredito que com um ano de trabalho, pegando pesado, talvez eu conseguisse levantar 120 quilos. Realmente o que ela faz é impressionante;, declarou.
Dicas e conselhos para ficar sarado
A rotina semanal de Rebeca na academia é pautada por três tipos de série: às segundas-feiras, ela trabalha ombros e pernas. Às terças, malha costas e tríceps e, às quartas, exercita peito e bíceps. Depois, reinicia o ciclo a partir de quinta-feira.
Quando trabalha peito e bíceps, como aconteceu ontem, o dia na academia começa com um aquecimento e depois atravessa cinco etapas (veja quadro). Mas nada chama mais atenção do que a série que ela faz no supino.
Tanto tempo de malhação permitiu que Rebeca Gusmão aprendesse muitas manhas sobre musculação e com isso ela hoje é capaz de dar conselhos. ;Se alguém que quiser começar a treinar disser que vai levantar 100 quilos de supino eu vou dizer que não dá;, explicou. ;Para conseguir isso, obviamente, vai depender da genética da pessoa. Mas mesmo alguém com boa genética pode levar anos para conseguir. Tudo depende de um trabalho sério;, orientou.
Outro ponto fundamental que Rebeca destacou é que ninguém deve, jamais, se aventurar a tentar erguer grandes cargas no supino sozinho. ;Isso nunca deve ser feito. É preciso sempre ter alguém para ajudar, porque a pessoa pode sentir cãibras ou um estiramento e se o ferro cair sobre o peito com certeza a pessoa vai se machucar;, alertou.
13 anos de evolução
Rebeca explicou que para chegar a levantar suas impressionantes marcas no supino (ela já chegou a erguer 140 quilos) foram necessários vários anos de treino e dedicação. ;Desde novinha eu já levantava muito peso. Toda a minha família tem um biotipo forte. Com 13 anos eu já fazia 30 quilos regularmente;, garantiu.
Com atuais 16% de percentual de gordura no corpo, Rebeca, 1,79m e 90kg, garante que está muito mais forte do que era quando nadava em alto nível. ;Tenho muito mais músculo agora. Estou com 10 quilos a mais do que tinha no Pan do Rio, mas é muito mais músculo;, explicou.