Se no ataque Mari e Natália só causaram problemas para os adversários, na recepção as duas não estiveram tão bem durante o Grand Prix. Especialmente nos duelos contra Holanda e Japão, na fase final, os erros neste fundamento foram comuns, dificultando o trabalho da levantadora Dani Lins e colocando o Brasil em situações complicadas.
Para minimizar o problema, o técnico José Roberto Guimarães vai aumentar a carga de treinamentos de passe para as duas atletas durante a próxima passagem do time no CT de Saquarema, Rio de Janeiro, a partir de 1º de setembro.
A ideia é fazer um "intensivão", onde cada uma delas vai trabalhar de 30 a 40 minutos a mais por dia defendendo bolas jogadas pela comissão técnica e por máquinas específicas nas mais variadas direções e alturas.
"Não dá para simplesmente colocá-las para treinar passe durante horas e pronto. Treino tem que ser em doses homeopáticas. O importante é elas sempre estarem em contato com o fundamento", ensina Zé Roberto.
Apesar de reconhecer a deficiência, o treinador procurou minimizar as falhas das ponteiras no passe. "A Natália foi caçada e teve momentos muito difíceis. Já a Mari estava muito cansada no último jogo, pois ela não só passa, mas corre, faz defesas, ataca e ainda vai para o bloqueio triplo, coisa que, por exemplo, a Sassá não faz", comparou.
Principal jogadora do Brasil no passe, ao lado da líbero Fabi, Sassá acredita que algumas semanas de treino serão suficientes para solucionar o problema das companheiras de seleção.
"Eu acredito que nasci com o dom de uma boa recepção, um bom fundo de quadra, mas isso não é nada que as meninas não possam aperfeiçoar com treinos. Com treinamento, tudo tem jeito. A Natália e a Mari vão ter a oportunidade de treinar bastante este que é um dos fundamentos mais difíceis do voleibol", afirmou.