Uma cena que não acontecia desde 26 de setembro de 2004 foi vista neste domingo, em Valência: Rubens Barrichello cruzando a linha de chegada de uma corrida de Fórmula 1 na primeira posição. Com uma grande atuação no GP da Europa, o brasileiro foi o melhor do dia e renasceu na temporada 2009.
De quebra, Rubinho ainda entra para a história como o responsável pela centésima vitória brasileira na história da principal categoria do automobilismo mundial. Trata-se da décima vez que ele vence na Fórmula 1, a primeira sem estar guiando uma Ferrari.
[SAIBAMAIS]Anteriormente, Barrichello havia triunfado uma vez no ano 2000 ( Alemanha), quatro em 2002 (Europa, Hungria, Itália e Estados Unidos), duas em 2003 (Inglaterra e Japão) e duas em 2004 (Itália e China).
Curiosamente, Barrichello volta a vencer em uma corrida em que somente ele representava o Brasil na pista, algo que não acontecia desde o GP dos Estados Unidos 2005. Na ocasião, devido a um boicote das equipes que usavam pneus Michelin, somente seis carros largaram, entre eles o de Rubens. Em corridas "normais", tal fato não acontecia desde 2002, também em Indianápolis, quando Felipe Massa havia sido punido e Enrique Bernoldi se viu desempregado com a falência da Arrows.
Sem o machucado Massa e o demitido Nelsinho, Barrichello brilhou no circuito urbano de Valência. Terceiro no grid, ele ultrapassou Heikki Kovalainen na primeira parada nos boxes, enquanto Lewis Hamilton foi superado na segunda ida ao pit, graças a um erro da McLaren, que demorou a encaixar os pneus do carro do inglês.
Na frente, o veterano acelerou fundo para garantir o primeiro lugar e manter o Brasil 100% em Valência, já que Massa venceu na pista em 2008. Sem muito o que fazer após a falha, Hamilton se conformou com o segundo lugar, à frente de Kimi Raikkonen.
A corrida
Graças ao auxílio do KERS, Hamilton e Kovalainen não foram ameaçados nos primeiros metros do GP da Europa e mantiveram a McLaren nas duas primeiras posições.
Barrichello também conseguiu permaneceu na terceira colocação e teve que segurar o ímpeto de Kimi Raikkonen nas duas primeiras voltas. O campeão de 2007 teve um excelente início, pulando do sexto para o quarto lugar, mas logo viu que não tinha carro para desafiar os rivais à frente.
A largada também foi marcada por um toque entre Grosjean, Timo Glock e Sébastien Buemi, que tiveram que ir aos boxes para fazer reparos. Substituto de Massa, Badoer, por sua vez, rodou na terceira volta e foi obrigado a andar por alguns segundos na contramão. Mais tarde, tomou uma penalização e caiu para o penúltimo lugar.
Líder, Hamilton abriu as paradas nos boxes na 16; passagem e conseguiu manter a posição. Mesma competência não teve Heikki Kovalainen que acabou superado por Rubinho após o reabastecimento e a troca dos pneus.
Na 24; volta, Sebastian Vettel viu o seu péssimo domingo ficar ainda pior. Ele, que havia caído para a 16; posição, após um pit stop não previsto sofreu com uma quebra no motor e teve que abandonar a disputa.
A segunda perna da prova foi marcada pela igualdade entre Lewis e Rubinho: quando um conseguia tirar alguma vantagem sobre o adversário, logo em seguida tomava o troco.
Foi então que, inexplicavelmente, Hamilton então antecipou a sua segunda parada em quatro voltas. Na correria, os mecânicos da McLaren se atrapalharam e demoraram para trocar todos os pneus do carro, fazendo-o perder um tempo precioso.
Melhor para Barrichello, que cumpriu a sua missão e cravou volta rápida atrás de volta rápida antes de fazer a sua parada. A vitória, porém, esteve ameaçada por um pneu estourado de Kazuki Nakajima, já que a possível entrada do safety car na pista poderia fazer Hamilton voltar a ter chances de vitória.
Com medo da entrada disso, a Brawn mandou Rubens ir aos boxes mais cedo. O carro de segurança não veio, mas, já garantido, o brasileiro colocou pneus super macios e gasolina suficiente até o final, de forma a seguir tranquilo rumo à sua primeira vitória com a escuderia inglesa.