Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Nas ondas do Lago Paranoá, wakesurf é a atração deset final de semana

Atletas da cidade se reúnem hoje no Pontão do Lago Sul para disputar o Campeonato Brasiliense da modalidade. Amanhã, será a vez das feras do Brasileiro

%u201CMas para que eu quero o mar, se eu tenho o Lago pra mim?%u201D, diz a letra da música Surfista do Lago Paranoá, da banda de reggae de Brasília Natiruts. O trecho pode ser repetido pelos surfistas que vêm morar em Brasília. Apesar de o mar ficar a mais de mil quilômetros, nem tudo está perdido para eles. %u201CJá pensei em sair da cidade várias vezes. Estava depressivo longe do surfe. Tudo mudou quando descobri que podia fazer aqui no Lago o que faço no mar. Decidi ficar%u201D, revelou o psicólogo Juliano Degrazia, 35 anos, que começou a praticar o esporte em Florianópolis, de onde veio aos 9 anos de idade. De olho em pessoas com história parecida com a de Juliano, o surfista André Romão resolveu promover o Campeonato Brasiliense de Wakesurf, uma adaptação do Campeonato Brasiliense de Surfe que ele realizava na Praia de Garopaba (SC). %u201CFazíamos a competição lá havia nove anos. Sempre dava mais de 60 participantes. Como o wakesurf está crescendo aqui e tem a mesma base do surfe (manobras e pranchas), resolvemos por esse campeonato aqui %u201D, afirmou. A disputa será hoje, às 10h, no Pontão do Lago Sul. E Juliano Degrazia, bicampeão brasileiro da modalidade, estará entre os competidores. Já chamado até de surfe genérico, o wakesurf tomou conta do Lago e do coração dos candangos. O esporte, que conta com a ajuda de uma lancha para produzir as ondas (de até um metro), não é muito parecido com o praticado no mar, mas há vantagens. %u201CNão tem caldo (quando o atleta é encoberto pela onda) nem caixote (o praticante é derrubado pela onda)%u201D, comentou a professora de wakesurf Vanessa Azevedo. Naufrágio A lancha que provoca as ondas é carregada com uma tonelada e meia de água e chumbo. %u201CFazemos uma espécie de naufrágio controlado. Ela fica um pouco afundada na água para fazer o rasto, que usamos para surfar%u201D, explicou o piloto de lancha Angelo Augusto Costa. %u201CO atleta vai para a água com a prancha e é puxado por uma corda (rendell). Ele a segura até que encontre estabilidade. Assim que se sente seguro, solta a corda e passa a surfar.%u201D Em sua primeira edição, o Campeonato Brasiliense de Wakesurf terá três categorias: feminino, masculino e stand up paddle (pranchão com remo). Como as ondas não são tão grandes, a organização colocará um telão com a transmissão das provas em tempo real. Amanhã, o Lago Paranoá recebe o 6º Mormaii Brasileiro de Wakesurf. A competição contará com a participação de feras do surfe, como o campeão mundial de ondas gigantes Carlos Burle. Quem é ele Nome: Juliano Degrazia Idade: 35 anos Altura: 1,87m Peso: 78kg Início: começou a surfar aos 9 anos, em Florianópolis. Depois que a família mudou-se para Brasília, aguardava as férias ansiosamente para voltar ao mar. Em 2002, descobriu o wakesurf e não parou mais. Títulos: bicampeão brasileiro de wakesurf (2004 e 2005) Dificuldade Ao contrário do %u201Cprimo%u201D wakeboard, o wakesurf usa a mesma prancha do surfe, ou seja, não tem presilhas para os pés, o que aumenta a dificuldade do esporte. Programe-se* 1º Campeonato Brasiliense de Wakesurf Dia: hoje Horário: a partir das 10h Local: Pontão do Lago Sul 6º Mormaii Brasileiro de Wakesurf Dia: amanhã Horário: a partir das 10h Local: Pontão do Lago Sul *Entrada gratuita