Celso Roth precisará estar com os ouvidos preparados no domingo. O técnico do Atlético-MG será o mais vaiado no Estádio Olímpico, em jogo válido pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Gremistas e Roth não se bicam, mesmo que já sejam três as passagens do treinador pelo clube. A empatia nunca existiu nesse relacionamento. Apesar dos bons resultados na Libertadores deste ano, o técnico não resistiu à três derrotas em Gre-Nais e às reclamações dos torcedores.
O duelo do fim de semana colocará em lados opostos o presente e o passado do Grêmio. Se o atual treinador, Paulo Autuori, não é unanimidade, ele está longe de ter um alto nível de rejeição por parte dos tricolores. Entretanto, a relação nos números indica que o sentimento deveria ser diferente.
Após ser vice-campeão Brasileiro no ano passado, Roth renovou seu contrato com o Grêmio. Entretanto, apesar do novo acordo, ele não teve vida longa em 2009. A boa campanha nas três primeiras partidas da Libertadores não tiveram força suficiente para sustentar três derrotas consecutivas para o maior rival.
A paciência da torcida durou pouco, bem pouco. A da direção levou até onde conseguiu. Nesta temporada, Roth comandou o Grêmio em 22 jogos. Matematicamente o desempenho foi bom. Foram 12 vitórias, quatro empates e seis derrotas, obtendo um aproveitamento de 66,6%.
O primeiro jogo de Autuori no comando do Tricolor ocorreu na vitória por 2 x 0 sobre o Botafogo, em 24 de maio. O treinador chegou com a incumbência de dar os passos finais para o Tri da América. Conseguiu chegar à semifinal, quando acabou eliminado pelo Cruzeiro, após dois empates com o Caracas na fase anterior. Desde sua primeira entrevista, ele deixou claro sua aversão pelo 3-5-2, esquema que Roth havia implantado há um ano.
De bom trato com todos, Autuori implantou suas convicções futebolísticas na equipe. Seu estilo de jogo foge um pouco das característica históricas do clube gaúcho, marcado pela pegada e a marcação forte. Autuori passou a utilizar um estilo mais solto e acadêmico de se jogar futebol.
Desde sua chegada, o Tricolor ainda não venceu uma partida sequer fora de casa. Por coincidência, Autuori encentrará Celso Roth com os mesmos 22 confrontos a frente do Grêmio. Entretanto, seus resultados são mais modestos, acumulando oito vitórias, seis empates e oito derrotas, com seu desempenho ficando nos 45,4%.
No ínterim entre Roth e Autuori, Marcelo Rospide assumiu como interino. Ex-atleta da base gremista, Rospide surpreendeu. Sem realizar modificações drásticas na equipe deixada pelo antecessor, mas contando com o apoio das arquibancadas, ele obteve melhor desempenho de todos.
Ropside foi o responsável pelos últimos jogos da primeira fase da Libertadores e pelo avanço das oitavas-de-final sobre o San Martín. A vitória no Peru, em 6 de maio, por 3 x 1 foi a última do Grêmio fora dos seus domínios.
Na comparação entre os consagrados Roth e Autuori, Rospide leva a melhor. Foram sete partidas, com cinco vitórias, um empate e uma derrota, alcançando um percentual de 76% de aproveitamento. Atualmente, ele está no comando do time B do Tricolor.