O meia Matías De Federico não se mostra preocupado com a relutância do Huracán em cedê-lo ao Corinthians. Carlos Babington, presidente do clube argentino, garante ter recebido propostas melhores para negociar o jogador, que já promoveu até uma festa para comemorar a sua transferência para o Brasil.
"Já me despedi dos meus companheiros e não vou mais treinar no Huracán. Agora é só viajar para o Brasil. Na sexta-feira ou no mais tardar no final de semana, realizarei exames físicos para poder me apresentar no Corinthians", garantiu De Federico, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
À imprensa argentina, Carlos Babington ironizou a programação do jogador: "Se De Federico viajar, será para ir à praia". O presidente do Huracán afirma que um agente ofereceu ; 5,3 milhões para comprar 100% dos direitos econômicos do meia (60% pertencem ao clube e 40%, ao empresário Alejandro Bouza) e levá-lo ao futebol inglês. O dirigente ainda poderia mantê-lo em seu time até o final do ano, como pretende.
A proposta do Corinthians é inferior, de US$ 4 milhões para adquirir 80% dos direitos econômicos de De Federico - Bouza continuaria com 20% - e assinar um contrato válido por quatro anos. O pagamento seria efetuado em 18 parcelas, com o dinheiro de patrocínio que o clube brasileiro tem a receber da Nike (R$ 16,5 milhões anuais) como garantia.
Para dar como certa a ida de De Federico ao Corinthians, os empresários Fabiano Ventura e Wagner Martinho se baseiam em uma procuração que receberam do Huracán para negociar o jogador. O time brasileiro atingiu o valor que os argentinos pretendiam receber, segundo o documento. Restaria apenas um atestado liberatório da Associação de Futebol Argentino (AFA) para a transação ser consumada.
"Estamos chamando o Corinthians porque há um problema formal e legal. Já recusamos uma oferta anterior de um clube russo. Mas somos um clube com credores e aqui é o juiz Eduardo Malde quem tem a última palavra", lamentou o presidente do Huracán, em conversa com o jornal Olé.
De Federico não se assusta com os argumentos de Babington. "Ele está dizendo essas coisas, mas tudo fica mais no discurso. Não tenham dúvidas de que chegarei ao Brasil até o final de semana. Não haverá problema nenhum", assegurou mais uma vez.
Carlos Babington, no entanto, já deixou até as portas do Huracán abertas para um improvável retorno do meia. "Entendo a postura dele porque passei por uma situação similar na minha época de jogador. Mas às vezes nos esquecemos rápido das coisas. Aumentamos o salário dele em 100% há menos de um mês. Creio que ele possa voltar. É ao técnico que confiou nele e ao plantel a quem dele deve desculpas, não a mim", discursou.
A disputa de bastidores por De Federico é justificável. O jogador de 19 anos foi vice-campeão argentino pelo modesto Huracán e já começou a ser apontado como um "novo Messi" em seu país. "Temos características parecidas", orgulhou-se, sempre animado com a possibilidade de jogar com outro atleta consagrado. "Todos sabemos que o Ronaldo é uma fera, um grande jogador. Será um prazer atuar ao lado dele no Corinthians."
O técnico Mano Menezes também está ansioso para recepcionar De Federico no Parque São Jorge. Mas demonstra cautela com a negociação. "Não cuido dessa parte. O jogador já disse que gostaria de ser treinado por mim, e eu tenho vontade de treiná-lo. Vamos esperar as coisas se resolverem. Enquanto o contrato não estiver assinado, não podemos garantir nada", comentou.