Depois de quase se complicar diante da Rússia, a seleção brasileira feminina de vôlei mostrou grande consistência diante da China, na segunda partida da fase final do Grand Prix. Na madrugada desta quinta-feira, a equipe verde-amarela venceu as rivais por 3 sets a 0, parciais de 25/21, 25/20 e 31/29.
Substituta de Paula Pequeno, machucada, Natália mostrou mais uma vez em quadra que não vai ceder facilmente a vaga de titular para a melhor jogadora das Olimpíadas de Pequim. Além de um passe regular, a atleta foi a maior pontuadora da partida, com 19 acertos, ignorando toda a força e tradição das chinesas.
Thaísa e Fabiana também foram destaque, somando juntas oito pontos no bloqueio. Exceto por alguns erros de recepção de Mari, o time todo esteve bem melhor em quadra. No total, foram apenas 15 pontos cedidos para as adversárias em erros, contra 24 no confronto contra a Rússia.
[SAIBAMAIS]
De olho em seu oitavo título no Grand Prix, o Brasil volta à quadra nesta sexta, às 3h37 (horário de Brasília) para encarar a Alemanha, que venceu o Japão e perdeu da Holanda nesta fase final. As regras da disputa prevêem que a seleção campeã será a que somar mais pontos após cinco partidas na fase final.
O jogo - Os primeiros minutos da partida foram equilibrados, mas o Brasil conseguiu escapar no placar após seu décimo ponto. O lance que mais deu moral para as brasileiras no início do confronto foi o que proporcionou o 15º tento, no qual Sheilla enganou a defesa adversária com uma linda largadinha.
Thaísa também passou a se destacar no bloqueio e, ao pegar Xue no paredão, a atleta do Osasco colocou 19 x 13 no placar. Seis pontos à frente, o time nacional passou a não caprichar tanto no ataque e a China esboçou uma recuperação, ficando apenas dois pontos atrás (22 x 20). Experiente, Zé Roberto acabou com a reação chinesa ao parar o jogo. Natália, em um ataque na diagonal, fechou o primeiro set em 25 x 21.
Em desvantagem no placar, as chinesas demoraram a ficar atentas no segundo set, permitindo que o Brasil chegasse ao 6 x 3 em um ataque para fora de Li. A jogada foi polêmica, uma vez que as asiáticas reclamaram de toque no bloqueio, mas as imagens da TV mostaram que a arbitragem acertou em sua decisão.
Novamente, porém, o Brasil deu uma relaxada e, com falhas na recepção, deu à China a oportunidade de empatar em 7 x 7. Apesar de uma rápida reação, com direito a 14-11 depois de um bloqueio triplo, as brasileiras voltaram a ser surpreendidas: em uma bola que veio de graça, Fabi tentou dar um "golpe de vista", mas viu o ponto rival se converter (17 x 16), para desespero de Zé Roberto.
Foi aí que a China começou a errar excessivamente, permitindo ao Brasil chegar aos 21 x 16. O técnico Bin Cai então chamou Yunli Xu, de 1,96m, para entrar em quadra e colocou seu time novamente no jogo (22 x 19) após três erros seguidos do Brasil. Zé então mais uma vez parou o jogo e as brasileiras voltaram mais tranquilas, com Thaísa fazendo 2 x 0 em jogada rápida pelo meio, após bom saque de Regiane.
O terceiro set foi o mais equilibrado, com as duas seleções desperdiçando boas chances de escapar no placar. A maior oportunidade do Brasil se deu logo após Mari fazer 19 x 17 com um ace. As chinesas, porém, se recuperaram, mas não conseguiram converter seus três tie-breaks, um deles através de um contra-ataque com Chu, que parou no bloqueio de Thaísa.
E foi justamente em bloqueio de Thaísa, junto com Mari, que o Brasil fechou o jogo e manteve a sua invencibilidade na competição. Após tomar o primeiro 3 x 0 da fase final, a China, derrotadas pela Holanda na estreia, veem ficarem praticamente inexistentes a suas chances de título.