Diretor geral da Ferrari na Fórmula 1 de 1993 a 2008, Jean Todt sabe que jamais conseguirá desvencilhar seu nome da montadora, porém garante que seu posicionamento seria 'neutro' caso venha a superar Ari Vatanen e a ser eleito em outubro o novo presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
Segundo alguns críticos, a presença do francês como substituto de Max Mosley não seria ética, devido ao passado vitorioso, incluindo seis títulos mundiais seguidos de construtores, que o liga à Ferrari. Foi para exatamente diminuir esse temor que o experiente homem de 63 anos concedeu uma entrevista organizada como parte de sua campanha à presidência da FIA.
"Inicialmente certas pessoas sugeriram que eu seria a escolha da Ferrari, mas depois a mídia especulou que a própria Scuderia não me queria", apontou Todt, dizendo-se tranquilo para tratar o assunto. "Eles responderam que na verdade seriam neutros, assim como eu seria com todos os times se for eleito".
Campeão também do Mundial de Rali em 1985 e 1986, do Dacar entre 1987 e 1990 e das 24 Horas de Le Mans em 1992 e 1993, sempre com a Peugeot, o dirigente argumenta ter uma carreira limpa e vitoriosa o suficiente para que todas essas preocupações das equipes de Fórmula 1 sejam contornadas.
"O que obtive com todos os times com os quais trabalhei foi fruto de profissionalismo e comprometimento", apontou. "Minha abordagem na FIA não é diferente. Eu não estaria concorrendo em outubro caso não tivesse visando a atingir os objetivos da entidade. Agir como um guardião da independência da FIA é algo central para isso".