Um misto de sensações tomou conta da cabeça de Rafael Nadal na noite desta quarta-feira, quando a segunda rodada do Masters 1000 do Canadá marcou o retorno do espanhol às quadras. Ao mesmo tempo em que não podia exigir muito de si mesmo visto que não atuava há mais de dois meses, o crítico tenista admitiu a atuação abaixo do nível habitual, mesmo porque se sentiu 'estranho' dentro de quadra.
Muita coisa mudou para Nadal desde 31 de maio, dia no qual foi batido por Robin Soderling nas oitavas de final de Roland Garros. Por causa daquela derrota e do longo período inativo para tratar de uma tendinite em ambos os joelhos, ele perdeu a liderança do ranking de entradas para Roger Federer e também boa parte da confiança, como admitiu na entrevista depois de bater David Ferrer por 4/3 e desistência do oponente.
"Os primeiros movimentos são difíceis. É duro se mover bem e se sentir confiante na hora de tocar a bola", avaliou o espanhol mais famoso, que devido às dores no joelho direito de seu compatriota só pôde permanecer em quadra em Montreal durante 36 minutos. "Senti-me estranho, mas sou obrigado a estar satisfeito porque não joguei muito bem. Cada partida e cada game são importantes para minha evolução".
Entre os problemas mostrados por Nadal na volta à ação, estiveram o alto número de erros não forçados (sete em menos de um set jogado) e o fraco aproveitamento de primeiro serviço (47%, o que permitiu a Ferrer colecionar oito break points). "No treino eu saquei melhor, mas isso é normal. Era a primeira partida, e eu estava um pouco nervoso. Ao mesmo tempo, David é um grande devolvedor", argumentou.
Classificado às oitavas no Canadá, o agora número dois do tênis mundial aprovou a condição de seus joelhos, mas reconheceu que precisará de um teste maior para tirar uma conclusão definitiva - ela pode vir por volta das 15h30 desta quinta, no embate com o alemão Philipp Petzschner, 45º colocado da ATP. "Fisicamente eu estava OK, mas preciso de mais dias para ter um teste real. Meu próximo adversário é muito agressivo, tem um bom serviço e uma boa direita. Todos os jogos serão bastante difíceis para mim".