O zagueiro Fabiano Eller acertou na última sexta-feira a sua saída do Santos. O jogador entrou em acordo com o clube, que lhe quitou os salários referentes ao mês de julho e agosto, antes de acertar a rescisão com o defensor. Mas, para Eller, que nesta segunda deve assinar contrato com o Internacional, o desfecho desta história não aconteceu da maneira como ele imaginava.
"Este acordo foi mais favorável para eles do que para mim. A única coisa que eu recebi foram os dias trabalhados. Só que eu tinha uma multa contratual para receber e eles falaram que não iam pagar. Aí, negociamos e entramos em um acordo (pagamento dos atrasados). Até porque, eu necessitava ficar livre para negociar com outros clubes. Precisava trabalhar, por isso, assinei a rescisão", disse Fabiano Eller, em entrevista à Gazeta Esportiva.Net.
"Mas eu acho não recebi tudo o que eu tinha direito", afirmou o zagueiro, antes de revelar que ficou triste pela forma como a sua saída do Peixe aconteceu. "Saio muito magoado porque, na realidade e infelizmente no futebol, as pessoas esquecem rapidamente das coisas boas que a gente faz. Eu ajudei muito a equipe na hora em que o time mais precisou, que foi na luta contra o rebaixamento no Brasileirão do ano passado", contou.
O defensor ainda apontou a diretoria santista como a principal culpada pelos problemas, que culminaram com a sua saída do Alvinegro Praiano. "A decisão de me tirar da equipe partiu do presidente (Marcelo Teixeira) e da diretoria. Engraçado é que no desespero o time faz loucura, oferece altos salários. Isso acontece quando se precisa, para superar uma situação difícil. Depois que não precisa mais, acabam deixando a gente de lado", criticou.
"Eu tive uma proposta muito boa de fora (Al-Jazira, dos Emirados Árabes), no ano passado e, mesmo assim, fiquei no clube, porque tinha dado a minha palavra para a diretoria. Depois disso, não começamos bem o ano, mas reagimos no Paulistão e de desacreditados no campeonato, nós colocamos a equipe na final. Hoje o Santos é um time com uma certa estabilidade. Talvez não seja campeão, mas também não vai ser rebaixado. Só que não reconheceram isso. Acho que não deram valor pelo que eu fiz e me dediquei ao Santos", disparou Eller.
Para o zagueiro, que pediu para não jogar contra o Sport, no dia 4 de julho, para não estourar o limite de seis jogos e ter condições de se transferir para outra equipe no campeonato nacional, o episódio em que discutiu os problemas defensivos do Peixe com o atacante Neymar não tiveram influência na sua saída da Vila. Entretanto, Fabiano Eller apontou o ex-técnico santista, Vagner Mancini, como um dos responsáveis ao lado da diretoria pela sua saída do clube.
"Ele (Mancini) teve culpa também. Tiveram coisas que ele conversava com a diretoria que ele omitiu de mim. O empresário dele (Fábio Melo) me ofereceu em outros clubes, só que eu sempre fui titular, mas ele (Vagner Mancini) nunca me falou isso. Agora, para o empresário dele me oferecer, certamente foi com o consentimento dele", disse o defensor, antes de acusar a cúpula alvinegra e o ex-treinador do Santos de tramarem a sua saída da Vila Belmiro.
"Eu ia ser trocado pelo Wagner Diniz (com o São Paulo). Só que como ele não era titular, a imprensa repercutiu muito e a torcida se manifestou para que eu não saísse. Por causa dessa pressão, eu acabei ficando. Só que o pensamento deles era me negociar, pois se eu fosse tão importante assim, nem teriam conversado com o São Paulo. Mas na verdade, eu já sabia que eles estavam querendo me negociar. Daí, quando a coisa esfriou, a torcida esqueceu, o Mancini quis me colocar no banco (na semana do jogo com o Sport). Foi tudo armado com a diretoria", concluiu Eller.