Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Sem comprador, BMW irrita Sauber. Time pode acabar.

Ligado à Fórmula 1 de forma ininterrupta desde 1993, Peter Sauber deve mesmo deixar a categoria. Após ver a BMW anunciar o fim da equipe em que trabalhava na parte adminstrativa, o empreendedor suíço se irritou ainda mais com a montadora, que nesta quinta-feira anunciou não ter conseguido vender seu espólio dentro do tempo pré-estabelecido. A BMW, que comprou a Sauber em 2005, anunciou sua saída da Fórmula 1 depois de apenas quatro campeonatos disputados há oito dias. Desde então, vem procurando interessados em comprar o time sediado em Hinwil, porém alegou haver tido pouquíssimo tempo para fazê-lo e acabou ficando de fora do novo Pacto de Concórdia, assinado nesta quarta entre FIA (Federação Internacional de Automobilismo), FOA (detentora dos direitos comerciais do campeonato) e Fota (Associação de Times da categoria). "Fizemos de tudo para alcançar um rápido acordo e vender a equipe, mas, apesar dos grandes esforços, não fomos bem-sucedidos", informou o atual chefe de escuderia, Mario Theissen, por meio de um comunicado oficial. "A apertada janela que tivemos simplesmente não nos permitiu encontrar uma solução com as partes interessadas para uma transação tão complexa". A argumentação de Theissen, porém, não convenceu Peter Sauber. Prestes a assistir ao fim de um time que começou na Fórmula 1 em 1993, ele garantiu à revista londrina Autosport que a venda imediata só não foi efetuada devido às altas exigências da montadora. "As negociações com a BMW falharam porque eles demandaram muita coisa de mim. Estou incrivelmente desapontado por este que é meu dia mais amaro em uma carreira de 40 anos dedicada aos esportes a motor". Embora não tenha conseguido garantir o futuro da fábrica de Hinwil, Sauber ainda segue com esperanças, visto que a Fota, de forma especial, pretende dar mais tempo para que o suíço assine o Pacto de Concórdia. "Agora outras soluções seram buscadas", completou. O problema, nesse caso, é convencer a FIA a acompanhar a associação: existe a chance de que o órgão presidido por Max Mosley prefera dar a vaga que era dos alemães a uma eventual nova equipe.