Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Treinador da seleção feminina de Basquete aprova criação de liga para mulheres no NBB

Morador de Brasília, o técnico Paulo Bassul acompanhou os jogos do time da cidade no Novo Basquete Brasil (NBB), competição organizada pelos clubes masculinos com a chancela da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Após a bem-sucedida primeira edição do torneio, o treinador da seleção feminina aprova a criação de um campeonato nos mesmos moldes para as mulheres. "Acompanhei todos os jogos do Brasília em casa. Não tenha dúvida que sou favorável. O NBB demorou a sair e em um ano mostrou a que veio. Foi muito bem organizado", declarou. O time do Distrito Federal chegou até a decisão do torneio nacional, mas caiu diante do Flamengo em uma série de cinco jogos emocionante e com ginásios lotados. Kouros Monadjemi, presidente da Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, descarta a possibilidade de encampar uma competição nos mesmos moldes para as mulheres. Nomeada pela CBB para comandar o basquete feminino, a ex-jogadora Hortência tem a meta de criar uma liga do gênero. Ela cogita a possibilidade de implantar o projeto já em 2010. "A Hortência já verbalizou essa vontade e seria muito bom, mas o basquete feminino ainda está muito concentrado em São Paulo. Precisamos arrumar um jeito de fazer o esporte chegar no resto do país. Vai ser um processo mais demorado em comparação com o masculino, que já estava massificado, tanto que os quatro semifinalistas do torneio foram de outros estados", afirmou. Campeão nacional com Americana em 2003 e com Ourinhos em 2006 e 2007, Bassul convocou 24 jogadoras para disputar a Copa América. Deste grupo, dez atletas atuam no exterior e as outras 14 defendem times de São Paulo. A possível liga feminina agrada Carlos Nunes, sucessor de Gerasime "Grego" Bozikis na CBB. Enquanto ela não sai, o dirigente promete ampliar o número de times do Nacional. Apesar de não contar com um torneio nos moldes do NBB, as mulheres têm presença regular nos Jogos Olímpicos. Já os homens não disputam a competição desde 1996, quando Oscar ainda atuava. Campeã com o Santo André em 1999 e com o Paraná Basquete no ano seguinte, a armadora Helen valoriza o torneio nacional, mas admite que o nível caiu. "Nossa seleção tem muitas meninas que estão disputando o Nacional. Temos que destacar isso, porque é difícil de ver em outros países. O campeonato não está no mesmo nível de antigamente, mas temos que valorizar o trabalho delas, porque estão dando continuidade", declarou a jogadora de 36 anos, atualmente no Hondarríbia Irún, da Espanha. Auxiliar do técnico Paulo Bassul na seleção feminina, a ex-jogadora Janeth também acompanhou a primeira edição do NBB e defende a criação de uma liga feminina. "O campeonato teve estrutura e ginásios cheios. É disso que o basquete precisa: todo mundo pensando com o mesmo objetivo. Esperamos que possa acontecer com as mulheres também, mas tem que fazer com alicerces fortes para colher os frutos no futuro", disse.