De todos os brasilienses que acompanharam a vitória da Seleção Brasileira sobre os Estados Unidos pela televisão, ninguém vibrou mais com o título da Copa das Confederações quanto Maria Olindina da Silva. A mãe do zagueiro Lúcio assistiu à partida em casa, em Sobradinho. E foi às lágrimas quando viu o filho definir a virada de 3 x 2 com uma cabeçada certeira, aos 39 minutos do segundo tempo. "Ver meu filho capitão, fazendo o gol e ainda levantar a taça me dá muito orgulho", comemorou.
Após a partida, no estádio Ellis Park, em Johanesburgo, Lúcio exibia uma camiseta com dupla homenagem: a Jesus e à esposa Dione. O atleta explicou as reverências. "O gol foi para Deus, que me dá muita força. Tenho enfrentado muitas dificuldades. Tive uma temporada difícil e recebi uma má notícia do meu clube", afirmou, em referência à provável dispensa pelo Bayern de Munique. "A Dione também me apoiou muito. Agradeço muito a ela", completou.
Mas não foi só Lúcio quem mostrou ter estrela na conquista do tricampeonato da Copa das Confederações (1997, 2005 e 2009). Dunga exibiu a conhecida força nas decisões. Apesar das críticas merecidas por implementar estilo de jogo baseado em contra-ataques e bolas paradas, o técnico demonstrou, novamente, capacidade para ocupar o cargo - a Seleção Brasileira tem uma cara definida. E só um desastre impedirá o comandante de disputar a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
O centroavante Luís Fabiano, com dois gols na final e a artilharia da competição, com cinco, e o meia Kaká, eleito melhor jogador do torneio, foram os outros destaques (ver matéria da página 4). Mas o péssimo primeiro tempo da Seleção Brasileira quase comprometeu o resultado final. O time jogava apenas pelo lado direito do ataque. O lateral Maicon, apesar da disposição, errava muitos cruzamentos. O segundo gol norte-americano, de Donovan, surgiu após erro de passe do jogador.
Na etapa final, o Brasil deu a sorte de marcar um gol a um minuto de partida, com Luís Fabiano. Nada melhor para estabelecer a calma nos jogadores. Animada, a equipe subiu de produção e todos se movimentaram bastante. Não era difícil apostar, pelo menos, no empate. Mas a Seleção virou: com o segundo gol, de Luís Fabiano, e o terceiro, de Lúcio. Resta torcer para o time superar a maldição da Copa da Confederações: o vencedor do torneio nunca faturou o Mundial no ano seguinte.
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