Na volta ao Bezerrão, a paixão da fanática torcida do Gama esfriou com a triste rotina dos resultados do time. Depois de três anos de interdição para a reforma de R$ 55 milhões do estádio de 20 mil lugares, o alviverde candango curtiu a lua de mel no torneio local. Foram 68.245 pagantes em seus 10 jogos em casa. Uma média superior à de dois times na elite nacional: Santo André e Barueri. O auge foi o clássico da primeira fase contra o Brasiliense, em 1º de fevereiro, com o recorde de 16.123 torcedores.
A relação entrou em crise com a péssima campanha doméstica. O Gama não conseguiu chegar nem à final, amargou o terceiro lugar e completou seis anos de fila no campeonato candango. Então, o público deu as costas para o time na Série C do Campeonato Brasileiro. Literalmente, sob protesto de torcida organizada no primeiro jogo em casa: no 1 x 1 com o Ituiutaba, com 2.008 testemunhas.
Em duas partidas no Bezerrão, a média é mais de três vezes menor que a do torneio local: 2.112 pagantes. Nem com a queda do técnico Pedrinho Rocha ou a chegada de reforços para a quarta rodada do Grupo C, a torcida já voltou ao Bezerrão. Na estreia do treinador Reinaldo Gueldini, o time até saiu da lanterna ao bater o Mixto-MT por 2 x 0, mas atraiu apenas 2.216 pagantes, no sábado passado. %u201CÉ a falta de resultados e de qualidade. Todo mundo quer ir e ver um espetáculo%u201D, critica Gueldini.
A esperança agora é que uma recuperação em campo reanime a torcida até o próximo jogo no Bezerrão, em 19 de julho, contra o vice-lanterna Guaratinguetá, pela oitava rodada. Na terceira posição, o Gama tem, antes disso, dois duelos seguidos como visitante: o mesmo adversário paulista, no sábado e o lanterna Mixto, em 5 de julho. %u201CAgora, com os resultados voltando, eles vão comparecer%u201D, prega o volante Ferrugem.
Os reforços para a Série C também apostam em reconciliação. %u201CCom a vitória sobre o Mixto, a torcida aplaudiu a gente, o que não vinha acontecendo. Nesses dois jogos fora de casa, se a gente conseguir trazer bons resultados o público volta ao Bezerrão%u201D, prega o goleiro Alencar, com duas passagens anteriores pelo alviverde. %u201CTem que ganhar os jogos para o torcedor passar a ter confiança%u201D, endossa o atacante Fábio Oliveira, autor do segundo gol sobre o Mixto.
Inflação
Os preços dos ingressos tiveram reajustes de 66% a 100% depois do fiasco local. A meia-entrada mais barata pulou de R$ 3 para R$ 5, mas continua a preço popular. Já os bilhetes mais caros das inteiras dobraram para R$ 20 (arquibancada Oeste) e R$ 30 (cadeiras). %u201CO problema não foi o preço. O time ainda não demonstrou que é de qualidade. O que começou a mostrar no sábado%u201D, aposta o presidente Paulo Goyaz.
Na preparação para o duelo de sábado, Reinaldo Gueldini faz mistério sobre o substituto do suspenso Ferrugem. Marcos Antônio desponta como favorito na disputa com Renan. Nessa possibilidade, Goeber jogaria mais recuado. Os reservas bateram os juniores ontem por 1 x 0, com gol do meia André Luiz.