Os Estados Unidos chegaram para a última rodada do grupo B precisando golear o Egito e ainda torcer para que o Brasil fizesse o mesmo com a Itália. A improvável combinação de resultados aconteceu e levou o time norte-americano para a semifinal da Copa das Confederações.
No entanto, quis o destino que os EUA dependessem de outro milagre para garantir vaga na decisão. Nesta quarta-feira, às 15h30 (de Brasília), em Bloemfontein, os ianques desafiam a Espanha, atual campeã europeia, líder do ranking da Fifa e embalada por dois recordes: 35 jogos de invencibilidade e 15 triunfos seguidos.
Os números do adversário assustam, mas não impedem os Estados Unidos de sonhar, ainda mais depois da classificação surpreendente às semifinais. "Nós sabemos o que é preciso fazer para pará-los. O estilo da Espanha é movimentar a bola e manter a posse. Sua capacidade de jogar em espaços curtos e sair deles é maravilhosa, mas sabemos o que fazer para detê-los", avisou o técnico Bob Bradley.
Enquanto os norte-americanos sofreram para se classificar, a Fúria não teve dificuldades na primeira fase, avançando com 100% de aproveitamento após bater Nova Zelândia, Iraque e África do Sul, e ainda não foi vazada na Copa das Confederações. Com isso, os jogadores admitem que entram em campo com o favoritismo ao lado nesta quarta-feira.
"Assumimos que somos favoritos, mas não será nada fácil. Tenho visto os Estados Unidos mais fortes do que quando jogamos com eles em um amistoso no ano passado. Eles têm evoluído", elogiou o meia Xavi Hernandez, autor do gol da vitória por 1 x 0 em jogo disputado em junho do ano passado, em Santander, pouco antes da Eurocopa.
Os norte-americanos, aliás, terão de quebrar um tabu se quiserem ir à final. Nas três vezes que enfrentaram a Espanha na história, foram derrotados. Para manter a escrita, o técnico Vicente del Bosque promove o retorno do goleiro Casillas, do lateral Sergio Ramos e do volante Xabi Alonso, poupados na vitória por 2 x 0 sobre a África do Sul. Do lado dos EUA, o goleiro Howard deve substituir Guzan, que foi titular no triunfo por 3 x 0 sobre o Egito.
As equipes terão ainda que enfrentar um adversário comum: o frio. As temperaturas em Bloemfontein na hora da semifinal podem ficar abaixo de zero. Já a Fifa, para garantir casa cheia, entregará parte das seis mil entradas não vendidas a instituições, escolas e autoridades locais.
Quem levar a melhor do duelo entre EUA e Espanha encarará na decisão o vencedor de África do Sul x Brasil, que se enfrentam quinta-feira. Apesar de pregarem respeito ao adversário, alguns espanhóis já admitem a ansiedade por um duelo com os pentacampeões do mundo. "Vencer o Brasil na final nos daria mais prestígio", planeja o zagueiro Piqué.
FICHA TÉCNICA
ESPANHA X ESTADOS UNIDOS
Local: Free State Stadium, em Bloemfontein (África do Sul)
Data: 24 de junho de 2009, quarta-feira
Horário: 15h30 (de Brasília)
Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)
Assistentes: Mauricio Espinosa e Pablo Fandino (ambos do Uruguai)
ESPANHA: Casillas; Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xavi, Xabi Alonso, Fabregas e Riera; Torres e Villa
Técnico: Vicente del Bosque
ESTADOS UNIDOS: Howard; Spector, Onyewu, Demerit e Bornstein; Dempsey, Bradley, Clark e Donovan; Davies e Altidore
Técnico: Bob Bradley