Jornal Correio Braziliense

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Colômbia relembra 15 anos do 'gol contra da morte' de Escobar

A geração colombiana da Copa de 1994 encantou a todos nas Eliminatórias Sul-americanas, mas teve um desempenho abaixo do esperado no Mundial dos Estados Unidos. Na competição, o país acabou sendo eliminado ainda na primeira fase. Estereotipado como vilão, por marcar um gol na derrota por 2 x 1 frente os norte-americanos, o zagueiro Andrés Escobar foi assassinado quando já estava no seu país, dez dias depois daquela partida. Na Copa do Mundo de 1994, a Colõmbia foi eliminada após duas derrotas e uma vitória. Embalada por resultados fantásticos, como a goleada por 5 x 0 contra a Argentina, em pleno Monumental de Nuñez, os colombianos perderam na estreia por 3 x 1 para a Romênia, que mostrou ao mundo sua melhor geração da história, liderada por George Hagi. No confronto seguinte, derrota para os norte-americanos, com o placar sendo aberto, favorável aos EUA, por Escobar. Na despedida, Valderrama, Rincón, Valencia e companhia venceram a Suíça por 2 x 0. Dias depois de desembarcar em Medellín, o zagueiro levou doze tiros à queima-roupa, sendo brutalmente assassinado. O autor dos disparos, Humberto Muñoz Castro, discutiu com Escobar sobre o fatídico lance e protagonizou um dos momentos mais tristes da história do futebol colombiano. Nesta segunda-feira, o "gol que condenou Andrés a morte" completou 15 anos. Em entrevista ao jornal espanhol Marca, o ex-meio-campo Freddy Rincón, com passagens pelo Corinthians, Palmeiras e Real Madrid, lamentou o ocorrido e contemporizou a morte de Escobar com a situação vivida pela Colômbia naquela época. "Sua morte foi reflexo do país na época", classificou. Apesar de comover o mundo do futebol, a morte de Escobar não trouxe resultados satisfatórios na situação do país sul-americano. Pelo bom comportamento na prisão, Muñoz Castro passou apenas 11 anos da sua pena de 43 atrás das grades. Desde 2005, o assassino do zagueiro está em liberdade condicional, causando revolta na população colombiana. As homenagens a Escobar se iniciaram em 2002, quando a cidade de Medellín, onde Andrés passou maior parte da sua carreira atuando pelo Atlético Nacional, ergueu um monumento em memória do jogador.