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Sem 'futebol champanhe', Buffon quer bater o Brasil duas vezes

Tetracampeã mundial de futebol, a Itália é conhecida por se destacar mais pela eficiência de seu jogo que pela beleza e não faz questão de esconder essa opção de ninguém. Tentando explicar a má campanha realizada na Copa das Confederações, o goleiro Gianluigi Buffon admite que sua seleção jamais será marcada por um futebol bonito, ou 'champanhe', conforme a própria expressão utilizada por ele, mas segue acreditando em uma reviravolta rumo ao título na África do Sul, com duas vitórias sobre o Brasil e uma sobre a Espanha nos próximos dias. Surpreendida pelo Egito nesta quinta-feira, a Azzurra agora se vê em dificuldades para se classificar no Grupo B da competição - para ir às semifinais sem depender do resultado do embate entre os bicampeões africanos e os Estados Unidos, precisa vencer o Brasil por no mínimo dois gols de diferença. O início ruim de caminhada, porém, não incomoda Buffon, que já está acostumado com situações do tipo quando defende as cores de seu país. "A Itália é um time que tem problemas contra todos os adversários, e foi assim até no Mundial vencido", afirma o jogador, lembrando que há dois anos, na Alemanha, os comandados de Marcello Lippi só garantiram vaga no mata-mata na última rodada da fase de grupos. Voltando no tempo, o histórico também se mostrara válido na Copa do Mundo de 1982, em que os italianos quase foram eliminados na primeira etapa antes de surpreenderem os brasileiros e faturarem a taça. "A Itália nunca foi a nação do 'futebol champanhe', ou técnico, ou dos triunfos fáceis. Isso é coisa para o Brasil, para o Barcelona", afirma o goleiro da Juventus, revitalizando um termo utilizado na década de 1950 com o jogo vistoso e ofensivo utilizado pelos franceses do Reims. O clube, representante da terra do champanhe, na época tinha em seu elenco Fontaine e Kopa e se caracterizou por ser o único desafiante do gigante Real Madrid, sendo duas vezes vice-campeão da Copa dos Campeões da Europa. Continuando na sua argumentação, Buffon lembrou que para defender a seleção italiana 'não bastam qualidades técnicas'. "Antes de tudo o importante é a persnalidade. O nosso futebol é forte, somos historicamente uma equipe combativa, que quando está bem fisicamente é muito difícil de ser vencida", disse ele, que vislumbra três triunfos seguidos para deixar a África do Sul com mais um troféu na bagagem. "Ainda não acabou. Espero demonstrar que não valemos menos que o Brasil. Podemos batê-lo (no próximo domingo), a Espanha (nas semifinais) e ainda de novo o Brasil".