No terceiro comunicado divulgado ao público e à imprensa somente nesta semana, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou em seu site uma extensa carta na qual defende seus argumentos na atual briga política da Fórmula 1, além de aproveitar a chance para atacar a Fota (Associação das Equipes da categoria.
Como o presidente da Fota, Luca di Montezemolo, também comanda a Ferrari sobriu farpas, inclusive, para a Scuderia, que chegou a tentar, sem sucesso, barrar o regulamento de 2010 na Justiça da França. Ao lado de Toro Rosso, Red Bull, Toyota, Renault, Brawn GP, McLaren e BMW Sauber, os italianos não concordam com o teto orçamentário de R$ 128 milhões e ameaçam deixar a principal categoria do automobilismo mundial em 2010.
De acordo com a FIA, as montadoras não estão interessadas em permitir a entrada de novos times na Fórmula 1, mas ao mesmo tempo não dão garantia nenhuma de que permanecerão nas competições por um longo período. Já a Ferrari teria o objetivo de assumir o controle da categoria.
"A FIA e a FOM (Formula One Management, empresa de Bernie Ecclestone que administra a categoria) levaram décadas juntas para transformar a Fórmula 1 na competição automobilística mais assistida desta história. Porém, a Fota, cujos integrantes vão e vem conforme seus interesses, quer tomar o controle da F-1 e administrar os direitos comerciais", acusa a entidade comandada por Max Mosley. "Não vamos aceitar isso", garante.
A FIA afirma que a ideia do teto orçamentário (e da consequente introdução de novos times) surgiu em dezembro, após a surpreendente decisão da Honda em deixar a categoria - iniciativas para reduzir os gastos, entretanto, já haviam sido tomadas antes com a proposta de congelamento dos motores. "Duas coisas ficaram claras: que as montadoras poderiam sair a qualquer momento (...) e que era possível outras montadoras saírem antes de 2010. Com a possibilidade de ter apenas 18 carros em 2009 e menos ainda em 2010, a FIA teve que agir", alega.
A Federação, porém, diz que nunca teve o apoio da Fota para chegar à melhor maneira de se promover a redução de custos: "A Associação e o Sr. di Montezemolo recusaram todas as tentativas de encontros para essa discussão". Desta forma, a entidade elaborou e publicou o regulamento para o próximo ano, no qual aqueles que obedecerem o teto orçamentário terão maior liberdade técnica: "Caso contrário, seria muito tarde para uma nova equipe construir um carro".
"Bom controle não significa que a Ferrari deve governar. A Ferrari agora alega que os procedimentos da FIA são contrários ao acordo que ela tem com a entidade, mas, na realidade, eles nunca se opuseram a estes procedimentos", continua a FIA, dizendo que o time de Maranello votou contra o teto orçamentário, mas não contra o regulamento duplo.
Por fim, a entidade máxima do automobilismo assegura que, mesmo que "a Fota espera apenas que a FIA concorde com as suas exigências", está disposta a negociar. "Estamos comprometidos em encontrar soluções e prontos para aceitar compromissos que mantenham sua liderança e regulamentação no esporte, de forma que todos seus acionistas da Fórmula 1 sejam beneficiados", assegura.