Quando a bola rolar para Botafogo e Santos, neste sábado (13/06), às 18h30 (de Brasília), no Engenhão, estarão frente a frente o pior e o melhor ataque do Campeonato Brasileiro. Em cinco rodadas disputadas até aqui, o time carioca marcou apenas três gols na competição. Por outro lado, em termos ofensivos, o Peixe não deixa margem para queixas: foram 14 tentos anotados, o que dá uma média de 2,8 gols por jogo.
Para o Bota, a fase não tem sido nada boa. O clube está na 18ª colocação, com apenas três pontos conquistados. Além disso, ainda não venceu neste Brasileirão. O Glorioso tenta encontrar a fórmula certa para voltar a balançar as redes adversárias e subir na tabela de classificação, mas terá desfalques para a partida.
Dois dos jogadores mais experientes do elenco comandado por Ney Franco não poderão enfrentar o Peixe. O atacante Reinaldo segue afastado em virtude de uma lesão óssea no tornozelo direito, enquanto o zagueiro Juninho, que sempre representa uma ameaça aos rivais nas cobranças de falta, está suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Com isso, cresce a responsabilidade de Lúcio Flávio. O meia tenta justificar a escassez de gols do clube. "Não estive aqui no Campeonato Carioca, mas a linha de ataque pouco mudou para este Brasileiro. O Reinaldo nem estreou e a gente perde um pouquinho, até pelo entrosamento daquela dupla com o Victor Simões. Mas temos de buscar alternativas para sairmos dessa condição incômoda e, para isso, precisamos acertar o último passe. Além disso, será necessária uma melhor pontaria também, pois necessitamos dos gols", disse o meia.
No Peixe, o setor ofensivo não é a preocupação, mas sim a defesa. Com o ataque mais positivo do Nacional, o técnico Vagner Mancini agora quer encontrar o equilíbrio entre os setores de frente e marcação. A zaga santista levou nove gols em cinco rodadas, marca que faz o Alvinegro Praiano ser a terceira pior defesa do campeonato. Por isso, mesmo diante do ataque menos efetivo do torneio, o treinador do time da Vila Belmiro está preocupado.
"O ataque do Botafogo ainda não desencantou, só que isso pode acontecer a qualquer momento, pois eles têm atletas de qualidade para isso. Além do mais, eles ainda não venceram no Brasileirão e por isso devem nos atacar desde o início do jogo. Isso exige que tenhamos uma estratégia específica para enfrentar esse adversário. Espero que o Santos tenha sustentação defensiva o suficiente para que a gente não dê a chance de sofrer gols", analisou Mancini.
Para o comandante, que ainda não sabe se irá promover a estreia do lateral direito Wagner Diniz ou se dará uma oportunidade ao polivalente Pará na vaga de Luizinho, afastado pela comissão, um melhor desempenho do sistema defensivo é essencial para que os santistas possam sair vitoriosos deste confronto. "Não há como ter o melhor ataque e a pior defesa. Isso gera certa briga. Não há como você ser somente ofensivo ou defensivo", afirmou.
"Uma equipe que quer chegar ao título, como a nossa, precisa de equilíbrio e harmonia. Felizmente o nosso ataque vem sendo mais eficiente do que os outros e por isso estamos bem situados no G-4 (o Santos é o quarto colocado, com nove pontos). Mas temos que acertar o que está sendo feito de errado na defesa. Podemos até segurar um pouco mais atrás o jogo. É o momento de se preocupar mais em não levar gols porque o Santos tem um volume de jogo que chega demais, sempre finaliza demais. Por isso há a necessidade de se fazer esse ajuste", explicou Vagner Mancini.
Reencontro
Se por um aspecto o duelo entre Botafogo e Santos marca o encontro entre o pior e o melhor ataque da Série A do Brasileiro, esta partida também terá um sabor diferente para um jogador do Botafogo. O meia Lúcio Flávio enfrenta pela primeira vez, neste sábado, a sua ex-equipe.
Ele se transferiu do Botafogo para o Peixe no começo do ano, porém não conseguiu reeditar na Vila Belmiro o futebol que mostrou no Rio de Janeiro. O camisa 10 do Glorioso disse que não vê o jogo contra o Alvinegro Praiano como uma forma de responder às críticas que sofreu na Baixada Santista. No entanto, o meio-campista admitiu que o confronto deste sábado terá um sabor especial.
"Não preciso dar resposta. Acabou não dando certo lá, mas, independentemente do que aconteceu, preciso fazer o meu melhor aqui. Esse jogo tem, sim, um tempero diferente, até mesmo porque há duas semanas eu ainda estava no Santos", comentou Lúcio Flávio. "O Peixe é uma das equipes mais bem condicionadas na briga pelo título. Vamos ter dificuldades, só que faremos o possível para vencer dentro de casa", ressaltou.
Os ex-companheiros de Lúcio Flávio estão preparados para o reencontro. O meia Paulo Henrique Lima, inclusive, pediu atenção a todos os passos do camisa 10 botafoguense. "Se o Lúcio estivesse em outro time também mostraria serviço, porque se trata de um excelente jogador. Ele pode decidir uma partida diante de qualquer equipe e contra a gente também. Por isso, temos que ficar atentos na marcação. Não podemos dar espaço", alertou.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO X SANTOS
Local: Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 13 de junho de 2009, sábado
Horário: 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Evandro Rogério Roman (Fifa-PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Aparecido Donizetti Santana (ambos do PR)
BOTAFOGO: Renan; Alessandro, Leandro Guerreiro, Emerson e Eduardo; Fahel, Léo Silva, Batista e Lúcio Flávio; Tony e Victor Simões.
Técnico: Ney Franco
SANTOS: Fábio Costa; Wagner Diniz (Pará), Fabão, Fabiano Eller e Léo; Roberto Brum, Rodrigo Souto, Paulo Henrique Lima, Madson e Molina; Kléber Pereira.
Técnico: Vagner Mancini