Considerado um dos responsáveis pelo pedido de demissão de Nelsinho Baptista no Sport, Paulo Baier explicou a discussão que teve com o treinador na quarta-feira acusando seu ex-chefe de xingar outros companheiros, entre eles Ciro, criticado por ter fugido de divididas na derrota por 3 x 2 para o Atlético-MG no último domingo, na Ilha do Retiro.
"Houve alguns atritos. O Nelsinho estava muito nervoso na quarta-feira. Primeiro pegou pesado com o Jonas (lateral de 22 anos), falando que se fosse ele pediria para ir embora. Depois ele chamou o Ciro de mulherzinha e aí falou algumas coisas comigo", contou o meia, que, ao contrário dos garotos, rebateu as reclamações e iniciou debate nervoso nos vestiários que assustou até o presidente Silvio Guimarães.
"Todo mundo ficou assustado porque o Nelsinho não é um cara assim, ele é tranquilo, sossegado, sempre é de conversar, mas dava para ver que ele estava estressado. No meu caso, ele extrapolou um pouquinho. Fui conversar com ele para saber o por que desta raiva, a gente discutiu e preferi sair para não ter mais confusão", continuou o camisa 10, sem revelar a crítica que ouviu.
O caso é mais um de confusão entre Nelsinho e seu elenco. Em 1991, o técnico, então no Palmeiras, dispensou, entre outros jogadores, Evair, que se tornou ídolo do clube três anos depois. Em 2001, no São Paulo, afastou "laranjas podres", como definiu, e entre eles estava Gustavo Nery. Em 2005, uma goleada por 7 x 1 do Corinthians sobre o Santos que comandava foi atribuída a um boicote do plantel.
Apesar do histórico e da briga recente, Paulo Baier alega que não tem nada a ver com a saída de Nelsinho do clube e diz até ter ficado surpreendido com a decisão de seu ex-comandante - segundo o presidente Silvio Guimarães, o treinador deixou o vestiário depois da discussão alegando que aquilo tinha sido a "gota d'água".
"Parece que sou o culpado pela decisão, mas não tem nada a ver. Estou falando só o que aconteceu no vestiário. Tenho uma admiração muito grande pelo Nelsinho. Quero deixar tudo bem claro. Agora, a vida segue", comentou o jogador, que teria se sentido humilhado por ser repreendido na frente do grupo.