De caça a caçador. Uma semana depois de adotar um cauteloso esquema na derrota por 1 x 0 para o tradicional Vasco em São Januário, na estreia da Série B do Campeonato Brasileiro, no sábado passado, o Brasiliense troca de papel na segunda rodada. No ingrato horário noturno das 21h, hoje, no Serejão, o Jacaré arma o bote para confirmar o favoritismo sobre o azarão Campinense. ;Sem dúvida, este jogo tem que ser três pontos. Não tem empate e nem derrota;, confessa o meia Iranildo, ainda em recuperação de dores na coxa esquerda.
O apetite ofensivo do centroavante Fábio Júnior está redobrado. O ex-atacante de Cruzeiro e Palmeiras amarga um jejum de sete partidas sem balançar as redes. Como foi substituído três vezes nesse período, o total em branco é de 597 minutos (quase 10 horas) desde os 5 x 0 sobre o Dom Pedro, em 4 de abril. ;Eu particularmente me cobro bastante, sei o que posso fazer. Até mesmo porque atacante vive de gol. Não posso perder a cabeça, senão fica pior, mas amanhã (hoje) tem gol;, promete Fábio Júnior.
O treinador Roberval Davino mantém o costumeiro mistério no hexacampeão candango, mas deve abandonar a formação com Fábio Júnior isolado na frente para dobrar o número de atacantes. ;Favoritismo para mim não existe, não entra em campo. O Campinense tem bons jogadores, como o Fabiano (ex-goleiro do Náutico e América-RN). O técnico é o Ferdinando Teixeira que já subiu o Fortaleza;, ressalta o comandante amarelo.
Recém-chegado do Luziânia, o atacante Chimba tem grandes chances de participar pela primeira vez de um jogo da Série B. O reforço foi titular nos dois coletivos da semana. ;Estou com esperança de jogar, mas ele (Davino) ainda não definiu nada. É o reconhecimento do nosso trabalho. É muito bom saber que você tem qualidade e está sendo visto;, admite o jogador. ;Facilita para mim porque com um atacante de velocidade pelos lados é uma preocupação a mais para os defensores;, elogia Fábio Júnior.
No minicoletivo de ontem pela manhã, com 28 minutos de duração, Roberval Davino testou dois esquemas: 4-4-2 e 3-5-2. A única mudança no intervalo foi o volante Didão, ex-Brasília, na vaga do meia Éder. Os titulares ganharam por 1 x 0, com gol de Iranildo, na segunda parte. ;A gente trabalha. Jogador tem que estar preparado para quando surge uma oportunidade de entrar à altura do companheiro que sai;, avisa Didão.
O versátil César Gaúcho começou na cabeça-de-área e passou depois para a zaga, função que desempenhou contra o Vasco. ;A adaptação é fácil porque já joguei nas duas posições. É bom ter opção. Na zaga, jogo mais postado. Como volante, tenho que marcar e ainda aproveitar uma oportunidade de subir para o ataque;, compara o curinga amarelo.
A única dúvida médica na escalação é o volante Pedro Ayub. Com dores na coxa direita, o cabeça-de-área ficou de fora dos treinos de quinta e sexta-feira, mas integra a relação de 19 convocados nos dois dias de concentração para a partida de hoje. ;As chances de jogar são grandes. É mais um cansaço;, revela o médico Fabiano Dutra.
O esquema tático, por sua vez, é mantido em sigilo pelo treinador. ;Quanto mais opções tiver mais dificulta para o adversário;, comemora Roberval Davino. Na guerra de informações, em tempos de internet e transmissão ao vivo de todos os jogos da Série B, o técnico do Jacaré esbraveja ao ser informado de que o lateral-direito Júlio César não saberia nada sobre o Campinense. ;Jogador é profissional. Tem obrigação de conhecer o outro time e não pode falar besteira;, critica.
Rivalidade
O emergente Campinense também busca a recuperação na segunda rodada. Terceiro colocado na Série C de 2008, o rubro-negro paraibano foi um dos três times a estrear na segundona com derrota em casa: 2 x 1 para o Duque de Caxias-RJ em pleno Amigão. Em reformulação depois do terceiro lugar no estadual, o clube nordestino estreia hoje o lateral-direito Thompson, vice-campeão candango pelo Brasília. O time de Campina Grande, curiosamente, não usa a camisa número 13 por causa do arquirrival da mesma cidade.