Jornal Correio Braziliense

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Em Roma, natação brasileira pode consolidar entrada na elite

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No último Mundial, realizado em Melbourne na temporada de 2007, o Brasil contou com a presença de 15 atletas. Dois anos depois, classificou 27 nadadores para a próxima edição do torneio, em Roma. Com o campeão olímpico César Cielo como ícone, o País conta com um recordista mundial e quatro competidores entre os cinco mais rápidos da história em quatro provas diferentes entre os homens. Apenas os Estados Unidos ainda não encerraram as seletivas para a disputa do Mundial. Desta forma, os brasileiros chegam com credenciais de favoritos em algumas provas e podem consolidar a entrada definitiva no grupo dos melhores. Único campeão olímpico da história do País, César Cielo fala com cautela sobre o assunto e diz que a natação masculina nacional ainda precisa demarcar território. "É a primeira vez que vamos com uma seleção de verdade para o Mundial, com vários atletas em diferentes provas. O primeiro passo foi dado, tem gente jovem de 17 anos que já está na seleção. Mas precisamos de um grande resultado para nos firmarmos como uma nova geração da natação", afirmou Cielo na manhã desta quinta-feira, durante um evento no clube Pinheiros. Felipe França é o recordista mundial dos 50m peito, distância na qual cinco das dez melhores marcas são brasileiras. Nos 100m e nos 200m peito, Henrique Barbosa é superado apenas pelo japonês Kosuke Kitajima. Nos 50m costas, Guilherme Guido tem o quinto melhor tempo da história. Nos 200m borboleta, Kaio Márcio conseguiu o mesmo feito. Apesar das marcas expressivas antes do Mundial que será realizado na Itália, Cielo lembra que o Brasil precisa confirmar as expectativas em torneios importantes para entrar na elite. "Não adianta ficar só falando. Temos que nadar bem em competições grandes. Em várias vezes, fomos bem nas seletivas, mas na competição principal não trouxemos o que queríamos", ponderou. Se a natação nacional confirmar as expectativas e for bem sucedida no Mundial, o técnico da seleção brasileira, Albertinho Silva, vislumbra um futuro promissor para essa geração. "Temos um grupo diversificado de atletas, muitos com 21, 22 anos. Caso tenhamos não apenas um atleta em uma final, mas seis, sete ou oito atletas diferentes e em provas diferentes, o Brasil ficaria em uma patamar acima do que está hoje", disse. Silva classifica o momento atual como "o melhor da história", mas lembra que o objetivo primordial na Itália não é ganhar medalhas, e sim disputar finais. "É um passo de cada vez", pontuou. Além de César Cielo, ele aponta Felipe França (50m peito), João Júnior (50m e 100m peito), Henrique Barbosa (100m e 200m peito) e Guilherme Guido (50m e 100m costas) como candidatos ao pódio em provas individuais.