Finasa e Unisul. A decisão destas entidades em não continuar apoiando equipes competitivas de vôlei não teve nada a ver uma com a outra. Porém, no final, as duas histórias acabaram relacionadas.
Quem explica é Paulo Skaf, presidente do Fiesp/Sesi, instituição que assumirá a antiga equipe do Joinville, que passa agora a ser sediada na Unidade do Sesi da Vila Leopoldina (zona Oeste de São Paulo).
"O Finasa acabou na semana do feriado de 21 de abril, em uma segunda à noite. Assim que soube, eu mandei meus assessores irem atrás disso. Na quarta, o pessoal do Osasco estava aqui negociando, mas eles acabaram fechando com outras pessoas", contou.
A negociação não deu certo, mas acabou tornando-se a brecha que Giovane Gávio, técnico da equipe do Sul nas últimas quatro temporadas, tratou de aproveitar.
"Quando a Unisul encerrou a equipe, uma pessoa do Sesi contou o episódio do feminino e me disse que eles estavam dispostos a investir no vôlei. Na última segunda a gente começou a planejar tudo e hoje nós concluímos as negociações de uma forma positiva", comemorou o ex-jogador.
Skaf, por sua vez, tratou de brincar com a coincidência dos ocorridos. "Foi uma coisa do destino, pois quem imaginaria que estaríamos aqui hoje criando esse time? Se não houvesse aquele caso do Osasco, talvez também não haveria esta nova equipe", destacou.
Entretanto, ao contrário de Luizomar de Moura, que de técnico do Finasa passou a gestor do Osasco, Giovane não assumirá funções administrativas. "Isso ficará a cargo do Helio Rubens Aralhe. Até darei a minha opinião na contratação de jogadores, mas minha questão será puramente ténica", explicou.
Problemas com a TV? - Uma das justificativas da Unisul para deixar o projeto do vôlei masculino foi o fato de a Globo omitir o nome real das equipes, trocando patrocinadores pelas cidades/regiões no qual os times estão sediados.
No caso do Sesi, porém, isso não será problema. "O Sesi não é uma empresa, mas sim uma instituição com tradição enorme na prestação de serviços. Não temos fins lucrativos, portanto, não haverá essa preocupação", destacou Skaf.
De acordo com ele, a idéia é que o time sirva de incentivo para crianças e adolescentes. "Estamos criando 100 novas escolas no estado de São Paulo que ajudarão a receber 120 mil crianças em tempo integral. Dentro deste contexto, queremos incentivar a parte esportiva e para isso vamos introduzir o esporte de alto rendimento. Estou certo que a equipe do Sesi de vôlei masculino vai estimular muitas crianças a se interessar pelo esporte, gerando assim novos talentos", comentou.
Diante desta discurso, Giovane diz ter se lembrado do passado. "Me vejo chegando em São Paulo, com 16 anos, sonhando em ser jogador de vôlei. Agora, ajudarei crianças a terem a oportunidade de sonhar em jogar na seleção brasileira", emocionou-se o mineiro de Juiz de Fora, campeão olímpico em Barcelona-1992 e em Atenas-2004. "Espero que os frutos deste projeto não sejam somente medalhas, mas sim cidadãos melhores", finalizou.