Sem altitude nem trânsito, o Cruzeiro fez, nesta quinta-feira, sua melhor partida como visitante nesta edição da Taça Libertadores. Jogando com autoridade, o time foi superior à Universidad de Chile em Santiago e traz de volta a Belo Horizonte o placar de 2 x 1, grande passo para avançar às quartas de final.
No domingo, a Raposa estreia no Campeonato Brasileiro, contra o Flamengo, no Mineirão. La U também tem um jogo importante em seu torneio nacional, o clássico contra a Universidad Católica. Porém, vai ser difícil tirar a cabeça do jogo de volta, na próxima quinta-feira, em Belo Horizonte.
O jogo
O Estádio Nacional lotado com a fanática torcida da Universidad de Chile e o frio de 10ºC - raríssimo em Belo Horizonte - não foram o suficiente para intimidar o Cruzeiro. O time mineiro começou o jogo tentando se impor sobre os donos da casa, e logo se mostrou superior na bola.
Com menos de dez minutos, o Cruzeiro criou três boas chances de gol. Na primeira, Marquinhos Paraná fez jogada individual e tocou para Wagner, que ajeitou e bateu por cima do gol. Depois, em jogada de toques curtos, Kléber passou de letra para Soares, de frente para o gol, mas o goleiro salvou com o pé o chute do atacante celeste.
Na terceira, a Raposa abriu o placar. A bola foi lançada pela esquerda, Kléber puxou a marcação e desviou para a entrada de Ramires. O veloz volante entrou sozinho pela ponta e cruzou para a área. Soares estava livre e tocou para o gol meio sem jeito, pegando o goleiro no contrapé.
Mesmo com o Cruzeiro melhor em campo, era cedo para pensar que a partida seria tranquila. Aos 12 minutos, Olivera se posicionou livre na área e recebeu lançamento em condição legal. Ele bateu rasteiro e Fábio precisou se esticar para mandar a bola para escanteio.
A Universidad não era superior em volume de jogo, mas ia criando as melhores chances. Aos 22 minutos, González cabeceou de frente para o gol, dentro da pequena área, e Fábio voltou a salvar o time mineiro.
O Cruzeiro não tinha pressa e envolvia a equipe chilena com muito toque de bola. Wagner, em cobrança de falta que desviou na barreira, obrigou o goleiro Pinto a fazer uma defesa de reflexo. Com a bola trabalhada, Jonathan e Ramires tiveram oportunidades interessantes.
No fim do primeiro tempo, a partida era dominada pelos celestes. A defesa chilena entrava na roda e a Raposa ia chegando perto do segundo gol. A melhor chance surgiu quando Kléber encontrou um buraco no miolo de zaga e lançou Soares, que bateu para fora. Na sequência do lance, o zagueiro, que chegava sem freio, acertou um carrinho que tirou o atacante do jogo. Ainda na etapa inicial, Thiago Ribeiro foi acionado.
O Cruzeiro do segundo tempo não foi muito diferente, nem mesmo com a mudança no ataque. Aos 6 minutos, em jogada pelo chão, Marquinhos Paraná tocou para Thiago Ribeiro na ponta, partiu para a área e recebeu de volta. No domínio, a bola subiu, e o volante a chutou com força, no ar mesmo, marcando um bonito gol.
Perdendo por 2 x 0, La U precisava desesperadamente de um gol. Os jogadores se superavam em campo para colocar velocidade no jogo e partir para o ataque. Na boa, o Cruzeiro acertou a marcação e tentava organizar o contra-ataque. Quando isto não era possível, a equipe mineira seguia com seu característico toque de bola.
Com muito custo, prevaleceu a vontade do time da casa. Aos 40 minutos, Villalobos recebeu lançamento da defesa e, de primeira, sem ângulo, soltou uma pancada de esquerda, que Fábio não conseguiu segurar. O ímpeto chileno diminuiu dois minutos depois, quando Olarra acertou a sola da chuteira no rosto de Ramires e recebeu o segundo amarelo. Era tarde demais para conseguir o empate.