Para os argentinos, ele é a Barbie. Dos companheiros recebeu o apelido de Xuxa. Independente de como é chamado, Maxi López com seus longos cabelos loiros faz a alegria dos gremistas. Ele foi o principal nome da noite desta quarta-feira, em Lima, no Peru. O atacante marcou dois gols na vitória por 3 x 1 do Grêmio sobre o San Martín, pela partida de ida das oitavas de final da Libertadores.
O resultado deixa o clube gaúcho em posição confortável na competição. Na próxima semana, o Tricolor pode perder por até 2 x 0, que avançará de fase. Para os peruanos se manterem vivos no torneio precisam vencer por três gols de diferença ou por dois a partir do 4 x 1. O vencedor desta chave pegará o triunfante do embate entre Deportivo Cuenca e Caracas, que começam o confronto na quinta.
Em campo, ficou evidente a superioridade gremista, que já era demonstrada pelas campanhas das duas equipes na fase de grupo. Mesmo assim, o Tricolor teve alguns momentos de instabilidade. Após sair na frente com Souza, a equipe se acomodou, e cedeu o empate. Porém, nos primeiros segundos do segundo tempo, Maxi López marcou de cabeça. Em seguida, o argentino foi às redes outra vez, novamente em jogada pelo alto.
O duelo de volta está marcado para a próxima quarta, no Olímpico. Antes, os dois times entram em campo pelos campeonatos locais, no fim de semana. O Grêmio estreará no Brasileirão enfrentando o Santos, em casa. Já o San Martín será visitante contra o Total Chalaco.
O jogo
Poucas vezes, o Grêmio entrou em campo pela Libertadores como visitante e sofreu tão pouca pressão vindo das arquibancadas. Recém fundado, a torcida do San Martín é minúscula. Cerca de 5 mil pessoas acompanhavam a partida nas arquibancadas do Estádio Alejandro Villanueva. O gramado não era um primor, mas estava longe de ser chamado de ruim. O ambiente em Lima estava longe de ser hostil.
Com esse quadro, o Tricolor começou se impondo nos instantes iniciais. Neutralizando bem o adversário, o Grêmio abriu o placar logo aos 9 minutos. Após bola dividida, Souza escapou das travas da chuteira de um zagueiro peruano e disparou para o gol. Foi o quarto do meia nessa Libertadores, o terceiro de fora da área.
Diante de um oponente inferior tecnicamente e com a vantagem no placar, os gremistas tocaram a partida ao seu ritmo. Não que isso fosse necessariamente bom. O time gaúcho evitava forçar as jogadas. Aos poucos, o San Martín se tornou mais agudo. Los Albos exploravam bem as costas de Fábio Santos, fazendo Réver ter problemas com o meia García.
O primeiro chute dos donos da casa saiu aos 16 minutos. Nesse momento, o Tricolor parecia que ampliaria o resultado quando quisesse, quando resolvesse ser mais incesivo. Souza seguia arriscando de longe. Réver, após escanteio, obrigou o goleiro Brutón a salvar.
Porém, o Grêmio se descuidou. A defesa se desarrumou. Aos 34 minutos, a bola saiu da linha central do campo em lançamento para os pés Arzuaga, que dominou fintanto Fábio Santos e bateu para dentro da meta dos visitantes. Após 345 minutos, Victor voltava a ser vazado na Libertadores.
Nos minutos finais da etapa inicial, o Tricolor se desencontrou. O San Martín cresceu, entretanto faltou qualidade para criar uma boa chance. Souza tentava resolver sozinho, abusando do individualismo. Réver tentava sair com a avançar com a bola dominada.
Após um momento crítico, o Grêmio voltou do vestiário mentalizando decidir o jogo o quanto antes. Bastaram 26 segundos. Da direita, Souza cruzou na cabeça de Maxi López, que testou para as redes. Os gaúchos voltavam a liderar o placar.
Tentando buscar novamente a igualdade, o técnico Victor Rivera começou a mexer no seu time. Porém, a equipe só finalizava em vacilos do Grêmio. Um dos poucos ocorreu aos 8 minutos, quando Victor foi obrigado a tapear bola que entraria no angulo.
O time de Marcelo Ropside queria mais. E veio mais. Em bela jogada pela esquerda, Jonas foi à linha de fundo e achou a cabeça de Maxi López, outra vez, o argentino marcou em lance pelo alto. Era o 3 x 1. O gol da tranquilidade. O gol que praticamente coloca os gaúchos nas quartas de final da Libertadores. A partir daí, o Grêmio passou administrar a sólida vitória construída.