As pedras no caminho do Inter na Copa do Brasil vão aumentando de tamanho a cada fase. Na primeira, o pequeno União Rondonópolis. Depois, o grande esfacelado Guarani. Nesta quarta-feira, pela terceira etapa da competição, é a vez de enfrentar o Náutico. O confronto em Recife, a partir das 21h50 (de Brasília), será o primeiro do ano diante de uma equipe da elite do futebol brasileiro fora do Rio Grande do Sul para os colorados.
A intenção da equipe de Tite é apagar a imagem deixada no Brasileirão passado, quando ocorreram somente duas vitórias longe do Beira-Rio. A ideia é que a história seja diferente em 2009, com o gosto do triunfo como visitante pego desde já. Porém, diante do União e do Guarani, o desempenho do time esteve abaixo do visto nos últimos jogos.
No papel, colorados e timbus estão bem distantes em termos de qualidade. A palavra 'favoritismo' causa calafrios nos gaúchos. O treinador chegou a dizer que tudo não passa de um "joguinho de favorito pra cá, favorito pra lá". O objetivo é resolver tudo na prática, dentro de campo, e esquecer da teoria.
"Aqui não existe teoricamente. Nós temos que demonstrar que temos qualidade e tentar fazer de novo esse desempenho, que está sendo maravilhoso. Cada time que enfrentamos é muito duro. Nas outras fases tivemos que fazer os dois jogos e decidir dentro de casa", comentou o capitão Guiñazu - desta vez, pelo regulamento o confronto no Beira-Rio será inevitável.
Na prática, a partida nos Aflitos será a oportunidade de o Inter fechar um abril perfeito. No mês do centenário do clube só vitórias - entre elas uma sobre o Grêmio -, além da conquista do Campeonato Gaúcho.
O ano do Náutico tem sido conturbado. A equipe demonstra altos e baixos. O momento é de reformulação do elenco. Alguns jogadores foram dispensados no começo da semana, entre eles o atacante Somália. A torcida não tem apoiado o time como os jogadores gostariam. Há um clima de tensão nos Aflitos. O fato de o técnico Waldemar Lemos ainda não ter definido sua equipe titular gera insatisfação. O elenco possui carências. Na fase anterior diante do Criciúma elas ficaram escancaradas. A equipe alinhou com cinco zagueiros de origem. Agravando o quadro, não será desta vez que o treinador conseguirá colocar o seu 11 ideal em campo.
A ausência mais sentida será a do zagueiro/volante Derley. O jogador está no clube emprestado pelo Inter e um acordo proíbe a sua entrada em campo diante dos gaúchos. Na vaga entrará o predestinado Juliano, autor do gol da classificação na semana passada.
Ainda existem outras duas ausências, o lateral/volante Galiardo e o também volante Johnny. A solução está ma reestréia como titular de Sidny. Após passagens sem êxito pelo Livorno, da Itália, e pelo Sport, o ala fará sua primeira partida como titular desde seu retorno ao Timbu, no mês passado.
"Só dá para pegar ritmo jogando. Estou trabalhando bem e recebendo confiança do treinador. Espero poder retribuir durante o jogo com uma boa atuação", comentou o jogador.
São realidades diferentes, tão distantes quanto Recife de Porto Alegre. Os caminhos tortuosos da Copa do Brasil as fazem se encontrar. A quarta-feira terá os primeiros 90 minutos para saber se o Inter seguirá rolando as pedras que encontra pela frente, como fez no estadual, ou se o Náutico virará uma rocha instransponível. Tudo passa pelas capitais pernambucana e gaúcha, pois como diz Tite "são 180 minutos decisivos, a margem de erro é muito pequena".
FICHA TÉCNICA
NÁUTICO X INTERNACIONAL
Local: Estádio dos Aflitos, Recife (PE)
Data: 29 de abril de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (Brasília)
Árbitro: Guiljerme Cereta de Lima (SP)
Assistentes: Márcio Luiz Augusto e Vicente Romano Neto (ambos de SP)
NÁUTICO: Eduardo; Gladstone, Negretti e Asprilla; Sidny, Vágner, Juliano, Carlinhos Bala e Wellington; Adriano Magrão e Gilmar
Técnico: Waldemar Lemos
INTERNACIONAL: Lauro; Bolívar, Índio, Álvaro e Kléber; Sandro, Magrão, Guiñazu e D'Alessandro; Taison e Nilmar
Técnico: Tite