O presidente de honra da Fifa, João Havelange, esteve na tarde desta segunda-feira visitando o Santos. Na oportunidade, o dirigente conheceu as instalações do clube, que pretende ser uma das sub-sedes da Copa de 2014, que será realizada no Brasil. Além disso, Havelange recebeu de ex- jogadores do Peixe da década de 60 e 70, liderados pelo Rei Pelé, um dossiê sobre a unificação dos títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa, a Taça de Prata, como legítimos títulos brasileiros.
Encantado com as instalações do Alvinegro Praiano, João Havelange defendeu a ideia dos santistas receberem uma das seleções como sub-sedes da Copa 2014. "Essa ideia tem que sair de dentro de casa. A CBF tem que indicar as sedes, pois já apresentou 16 ou 17 capitais das quais vão ser escolhidas 12. Fora isso, temos as sub-sedes. Acho que o Santos deve pleitear por intermédio da Federação Paulista junto a CBF essa possibilidade, porque temos boas instalações aqui para isso e Santos é uma cidade que fica a apenas uma hora de São Paulo", disse.
Havelange aproveitou para se comprometer em ajudar o time da Vila Belmiro a receber uma seleção que irá se preparar para a Copa. "Eu me comprometo, se o Ricardo Teixeira fizer esse pedido ao presidente da Fifa, irei pessoalmente conversar com o Bater e trarei essa decisão para vocês", afirmou.
Sobre a unificação dos títulos da Taça Brasil e da Taça de Prata, o presidente de honra da maior entidade do futebol mundial se mostrou completamente favorável a esse pensamento defendido por Santos, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense e Palmeiras.
Segundo João Havelange, essas competições eram, de fato, os verdadeiros campeonatos nacionais da época. "Quando eu cheguei à CBD, tínhamos um torneio importantíssimo e valioso, uma competição fabulosa que era o Rio-São Paulo. Mas era um tempo em que o Brasil estava se desenvolvendo e não poderíamos esquecer dos outros estados. A Taça Brasil era um exemplo do desporto e foi um benefício para o futebol, que precisa ter o seu valor respeitado e aplaudido", contou.
Para Havelange, já passou a hora da CBF reconhecer essas conquistas de antes de 1971 como títulos brasileiros. "Há pouco tempo recebi uma carta de um jornalista-pesquisador (Odir Cunha). Disse a ele (autor do dossiê) que era favorável ao reconhecimento desses títulos. Se existiram é porque foram oficiais. Se vai beneficiar o Santos, também irá beneficiar outros mais. Palmas para todos. A CBF tem que reconhecer os títulos daqueles que foram campeões, como acontece hoje", concluiu.
À noite, na Vila Belmiro, João Havelange ainda irá inaugurar uma placa marcando a sua visita ao clube, no Memorial das Conquistas do Peixe. Depois, no salão do Conselho Deliberativo, Havelange receberá a medalha do Mérito Peixeiro (maior honraria santista) e o título de Sócio Honorário do Santos.