Não marcar pontos após as três primeiras corridas de um Mundial da Fórmula 1 foi uma decepção colecionada pela Ferrari somente em 1969, 1970, 1980 e 1981. Até chegar a temporada 2009. Em crise após repetir esse vexame no Grande Prêmio da China, a escuderia italiana já acena com uma proposta radical - voltar o foco para o desenvolvimento do carro do ano que vem.
Como já admite ter poucas chances de disputar o título da categoria este ano, a Ferrari, só se dará mais duas chances de reagir. Segundo o chefe de equipe Stefano Domenicali, ao fim da corrida da Espanha, a quinta etapa do campeonato que acontece em 10 de maio, haverá uma reunião para decidir se ainda vale a pena trabalhar na evolução do F60.
"É claro que depois da Espanha veremos onde estaremos. Nesse período saberemos qual é realmente a situação", afirmou, admitindo que pode ser tomada uma atitude parecida à da Honda em 2008. Conformados com o carro ruim fabricado há cerca de doze meses, os comandados de Ross Brawn iniciaram com muita antecedência a construção do modelo que agora está liderando o Mundial.
Embora saiba que em Barcelona a Ferrari já deva contar com o difusor de dois andares utilizado por Brawn GP, Williams e Toyota, Domenicali admite que apenas a cópia do acessório não fará os italianos brilharem, em mais um indício de que uma reação ainda neste ano é improvável.
"A situação é muito mais complicada que isso. Esse artefato nós dará um benefício, mas seria errado acreditar que essa seja o único ponto-chave. Vimos, por exemplo, que a Red Bull realizou um grande trabalho. Eles tiveram mais tempo que nós, e essa é a realidade que temos de considerar", disse o dirigente, lembrando que a equipe anglo-austríaca triunfou na China mesmo sem o polêmico difusor.