Na edição que marca a volta da final depois de cinco anos em outros formatos, os dois últimos finalistas do campeonato candango, em 2001 e 2003, fazem o principal duelo para definir a segunda vaga na decisão. Na última rodada do quadrangular semifinal, o líder e classificado Brasiliense recebe o arquirrival e vice-líder Gama, hoje, às 16h, com transmissão da TV Brasília. No mesmo horário, na Metropolitana, Dom Pedro e Brasília correm por fora na briga por um lugar no topo do pódio e pelo único passaporte local para a Série D do Campeonato Brasileiro.
Na segunda posição, com sete pontos, o Gama precisa superar os quase dois meses de salários atrasados e a escrita de quatro clássicos sem vencer para se garantir na decisão pela nona vez consecutiva ; e mais dois jogos seguidos contra o Jacaré. Em caso de empate ou derrota, passa a depender do resultado do outro jogo. Na lanterna, com cinco pontos, o Dom Pedro tem a missão de ganhar e torcer por vitória amarela. Em terceiro, com seis, o colorado luta por vitória acompanhada de tropeço do vice-líder.
O Gama carrega o peso de ser recordista candango de títulos (10) e de finais (nove). Nas decisões, levou a melhor sete vezes (1979, 1995, 1997, 1999, 2000, 2001 e 2003), as duas últimas em cima do Brasiliense. As duas quedas foram em 1993, contra o Taguatinga, e em 1996, diante do Guará. Os outros três troféus foram conquistados em formatos diferentes: ganhou os dois turnos em 1990 e 1994 e o quadrangular decisivo em 1998.
A última final candanga sem o tradicional alviverde tem mais de 20 anos: em 1988, no título do Tiradentes, agora extinto, sobre o Guará. Desde então, foram oito decisões em 18 edições. ;A gente sabe que o Gama tem bastante torcida. Para o jogador é muito bom. É um peso gostoso. A gente sabe da responsabilidade que tem;, confessa o meia Thiaguinho.
Curiosamente, o vice-líder já garantiu a melhor colocação dos últimos três anos. Depois de amargar o quarto lugar em 2007 e 2008, ambos por pontos corridos, o papa-títulos ficará na terceira posição, na pior das hipóteses. ;É muito pouco. Pela qualidade do Gama, o clube tem de estar sempre brigando por títulos;, critica o técnico Luiz Carlos Barbieri, ainda sem permanência definida para a Série C, a partir de maio.
O comandante verde luta para superar a traumática estreia, no mesmo Serejão, pela primeira fase, com uma goleada de 4 x 0, placar mais elástico em oito anos e 36 clássicos. ;Cada jogo tem sua motivação. Esse agora é uma decisão de campeonato. Vamos estar mais motivados do que nunca;, revela o zagueiro André, que estreou exatamente na última visita ao estádio de Taguatinga.
O Brasiliense enfrenta uma inusitada crise. Apesar da posição confortável no torneio candango, com vaga garantida na final há duas rodadas, o Jacaré amarga a troca de comando. A eliminação vexatória na Copa do Brasil, com direito a uma surra de 4 x 1 para o Goiás na última quinta-feira, custou a cabeça do técnico Reinaldo Gueldini. O veterano Roberval Davino estreia no cargo hoje, depois de assumir somente ontem, na véspera do clássico. ;Não é fácil. Bom é quando você pode dar continuidade. Minha história no futebol me deixa calejado para tudo na vida;, gaba-se o recém-chegado.
O atual pentacampeão disputou apenas duas decisões candangas, ambas perdidas para o arquirrival. A maior supremacia nacional foi construída em outras fórmulas: ganhou os dois turnos em 2004, os quadrangulares finais de 2005 e 2006 e os pontos corridos dos dois últimos anos. ;Isso não é culpa do Brasiliense. É a federação que organiza. Com final ou não, o clube está mostrando a hegemonia;, afirma o meia Iranildo.
Inovação
Davino comandou ontem um coletivo de cerca de 30 minutos e inovou na escalação do time para o clássico. Sem o meia Rodriguinho, suspenso, o técnico formou o meio-de-campo com três volantes e um detalhe: o lateral-direito Júlio César atuará improvisado na função defensiva. Com isso, Patrick ocupará o espaço na direita, com liberdade, mas os dois se revezavam durante o treino. Já Coquinho, contundido, dá lugar a Pedro Ayub. O lateral-esquerdo Edinho, com dores na coxa, também deve ficar de fora, substituído por Eduardo.
Já o Gama terá força máxima. A novidade será apenas a efetivação do centroavante Luciano Dias na vaga de Juca, que voltou a treinar somente na sexta-feira. O meia reserva Marco Alagoano sentiu uma lesão na coxa e é dúvida.
COLABOROU RENATO FREIRE
FICHA TÉCNICA:
BRASILIENSE X GAMA
Local: Serejão (Taguatinga)
Data: 19 de abril de 2009, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Alexandre Andrade
BRASILIENSE: Guto; Patrick, Ailson, Cris e Eduardo; Juninho, Pedro Ayub, Júlio César e Iranildo; Ricardinho e Fábio Junior
Técnico: Roberto Davino
GAMA: Robson; Lucas Silva, Gilvam, André e Mendes;Alex Sassá, Ferrugem, Thiaguinho e Eduardo; Keké e Luciano Dias
Técnico: Luiz Carlos Barbieri